Resumo

O futebol exerce, atualmente, grande influência social e econômica no país e, devido a sua vasta popularidade, o desejo de muitas crianças e jovens é conseguir ingressar em um clube, seguir carreira como atleta e melhorar a qualidade financeira da família. Em decorrência disto, muitos pais incentivam seus filhos, desde muito novos, a “jogarem bola” e a participarem de campeonatos amadores. No decorrer desses campeonatos, diversos olheiros de clubes dos mais variados estados comparecem a alguns jogos com o intuito de conseguir identificar jovens que possam se tornar promessas no futebol profissional e os convidam para testes na equipe. Majoritariamente, os clubes são de outras cidades e os testes duram cerca de uma semana ou mais, fazendo com que o atleta tenha que ficar em alojamento, sem a presença de um responsável, pois este não tem condições de acompanhá-lo. Em uma entrevista publicada no site R7, por Talyta Vespa (2017), o ex-jogador Aleksander Montrimas, revela que os jovens ao ficarem em alojamentos em condições precárias e deslumbrados pelo sonho de virarem atletas profissionais, normalmente quando estão sozinhos, são aliciados por pessoas de cargo superior dentro do clube, oferecendo dinheiro ou até mesmo uma suposta facilidade para permanecer na equipe. Posto o risco que os jovens estão expostos, faz-se necessário à realização desta pesquisa visto que é um tema recorrente e pouco divulgado, levantando a hipótese de que o sucesso e a fama fazem com que muitas coisas permaneçam obscurecidas para evitar possíveis polêmicas. Para executar a pesquisa, utilizou-se a metodologia de História Oral, sendo entrevistado um ex-jogador de futebol de destaque no cenário nacional. O objetivo da pesquisa é analisar através do relato oral, porque o assédio sexual no futebol é tratado como tabu. Por meio de tal análise, refutou-se a hipótese citada anteriormente, e obteve-se o resultado de que esse tipo situação é mantida em silêncio, pois o atleta abusado sente vergonha do fato que aconteceu, vergonha dele mesmo por ter passado por tal situação e não ter conseguido lutar contra aquilo, além de terem medo do julgamento alheio. Infelizmente, o assédio no esporte é mais comum do que se pensa, principalmente quando se trata de modalidades que possuem números maiores de atletas, como o futebol.

Referência

VESPA, Talyta. 2017. Assédio sexual, prostituição e falta de estrutura: conheça a realidade por trás do sonho de ser jogador de futebol. Disponível em: https://www.google.com.br/amp/s/esportes.r7.com/futebol/assedio-sexual-prostituicao-e-falta-de-estrutura-conheca-a-realidade-por-tras-do-sonho-de-ser-jogador-de-futebol-22072017%3famp Acesso em 27.mai.2018.