Explorando a Noção de Prontidão Motora. Uma Aplicação Ao Estudo da Aptidão Física de Crianças dos 6 Aos 9 Anos de Idade
Por Maria Sousa (Autor), Lopes Vitor (Autor), André Seabra (Autor), Rui Garganta (Autor), José Maia (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 14, n 1, 2006. Da página 59 a 66
Resumo
Este estudo pretende: (1) inventariar a prontidão motora das crianças do 1º - Ciclo do Ensino Básico a partir da inspecção seu perfil multidimensional de aptidão física; (2) verificar a presença de níveis inequívocos de prontidão motora em cada ano de escolaridade. A amostra é constituída por 2534 crianças dos 6 aos 9 anos de idade dos dois sexos (meninas=1242; meninos=1292) do primeiro ciclo do ensino básico do concelho de Amarante (norte de Portugal). A aptidão física foi avaliada de acordo com a bateria de testes Fitnessgram. O coeficiente de correlação intraclasse (R) e a correlação canónica (Rc) foram usados para verificar a qualidade da informação. Recorreu-se à MANOVA (análise multivariada de variância) e à função discriminante para identificar a prontidão motora. Todos os cálculos foram efectuados no SPSS. Os resultados evidenciam elevada fiabilidade, R=0.80 e Rc=0.70. Apesar de haver diferenças significativas nos perfis de aptidão motora (p<0.05), não foi possível identificar padrões claros de prontidão em função do ano de escolaridade (reclassificação=39%). Este facto reclama uma atenção particular dos professores de Educação Física no sentido da adequação das suas propostas didáctico metodológicas à forte heterogeneidade de prontidão das crianças de cada ano de escolaridade.