Resumo

Pensar as aulas de Educação Física sob um prisma inclusivo, isonômico e multifacetado possibilitaria aos alunos vivências significativas e menos excludentes. Com a reestruturação do Ensino Médio, que visa estimular o protagonismo juvenil e a interdisciplinaridade, coube à Educação Física ressignificar seu trato pedagógico. Isso, somado à ocorrência da Copa do Mundo de Futebol Feminino (CMFF) e aos constantes discursos misóginos expostos pela mídia, pensou-se em desenvolver uma sequência didática pautada na alfabetização científica (AC) com o tema "Seleção Brasileira nas CMFF". As etapas de pesquisa consistiram em: 1] leitura/interpretação e produção de textos; 2] utilização de ferramentas digitais (softwares/plataformas de pesquisa); 3] coleta e análise de fontes documentais; 4] discussão e apresentação dos resultados. Foram selecionadas três alunas do Ensino Médio para participarem da pesquisa. As etapas 1 e 2 propiciaram a construção de uma revisão de literatura sobre o tema; os resultados permitiram conhecer o objeto de pesquisa e orientar a análise das fontes documentais. Na etapa 3, coletaram-se 177 notícias no acervo online do jornal "O Globo", um dia antes e um dia após o fim da CMFF de 1991 a 2023. Optou-se por analisar apenas os títulos das notícias, diante das dificuldades apresentadas (pouco/nenhum contato com a pesquisa) e a disponibilidade de tempo. Os resultados foram organizados e categorizados em: ética (34%), espetáculo (33%), performance esportiva (22%) e emoção (11%). Em seguida, realizaram-se rodas de conversa a fim de identificar as percepções obtidas durante todo o processo de pesquisa e para estruturar a apresentação dos resultados à comunidade escolar. É desafiador inserir a AC na escola (ex: desconhecimento, falta de recursos/domínio de ferramentas digitais), mas necessária para ressignificar paradigmas sociais e desenvolver alunos críticos/reflexivos/autônomos. Afinal, a escola é uma porta para que haja menos ignorância em uma sociedade que insiste em oprimir o oprimido.

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