Resumo
Introdução: A Poluição do ar e a inatividade física são dois importantes fatores de risco para saúde. Ainda não são bem conhecidos o balanço sobre os efeitos na saúde da realização de exercícios em ambientes poluídos. Objetivos: Avaliar o impacto da realização de exercício físico em ambientes com diferentes concentrações de poluentes sobre a toxicidade pulmonar, em marcadores sanguíneos e na função renal. Métodos: 40 soldados do exército brasileiro, não fumantes, saudáveis, do sexo masculino e praticantes de corrida de rua regulares foram avaliados. Participaram de corridas de 7,5 km todas as manhãs, a uma velocidade de 10 km/h, por uma semana em um circuito dentro de um Parque Florestal (PQ) e uma semana em um circuito em Vias Públicas (VP). Foram coletadas amostras de sangue e urina antes e depois da corrida em dois dias de cada semana, sendo determinados marcadores sanguíneos, de toxicidade pulmonar e da função renal. Os níveis de MP2,5 foram registrados durante todos os dias das semanas no período em que foram feitas as avaliações. Resultados: A concentração de MP2,5 no circuito PQ foi de 24 ug/m3 (IQR: 8-39) e no circuito VP de 62 ug/m3 (IQR: 37-103), P < 0,001. Trinta e nove participantes concluíram. Idade: 19 ± 1 anos, Índice de Massa Corpórea: 23,5 ± 2,38 kg/m2, Frequência cardíaca repouso: 69,1 ± 10,4 bpm. A concentração de proteína CC16 urinária aumentou após as corridas em ambos circuitos, mas de forma mais acentuada no circuito PQ. Marcadores sanguíneos e de função renal se alteraram após a corrida, sem diferenças significativas entre os circuitos. Conclusão: A realização de atividade física esteve relacionada à inflamação sistêmica e alteração da função renal, sem diferença entre os circuitos em diferentes ambientes. A proteína CC16, marcador de toxicidade e alteração de permeabilidade pulmonar foi o único que se elevou, com maior magnitude, no circuito localizado no interior de um parque.