Resumo

As atividades circenses contemplam ampla variedade de manifestações da cultura corporal elaboradas pela humanidade em diferentes tempos e espaços de sua história. Fruto de misturas, atravessamentos, disputas de memórias que se (re)fazem na polissemia, independentemente do contexto em que aparece, o circo possui no corpo o seu principal artista. Ora sublime, ora grotesco, o corpo no circo expõe a potência humana e nos conecta com a totalidade a partir daquilo que não realizamos como indivíduos, mas que temos a possibilidade de realizar como sociedade. Ao tratar da contemporaneidade circense, Ermínia Silva nos advertia que “é preciso pensar o circo a partir de épocas e sociedades concretas, nas quais estabelecem relações específicas com tradições, valores, hábitos e manifestações culturais” (SILVA, 2003, p. 1). Isso significa que o circo nunca deixou de dialogar com o contexto, conformando uma linguagem  artística que reúne os saberes populares, as inovações e outros elementos característicos de cada época. 

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