Faltar à Aula Eleva a Frequência Diária de Uso de Telas Entre Estudantes
Por Gilmar Mercês de Jesus (Autor), Raphael Henrique de Oliveira Araújo (Autor), Lizziane Andrade Dias (Autor), Anna Karolina Cerqueira Barros (Autor), Lara Daniele Matos dos Santos Araujo (Autor), Maria Alice Altenburg de Assis (Autor).
Em Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde - RBAFS v. 27, n 1, 2022.
Resumo
Nós analisamos a associação longitudinal entre presença na escola e frequência diária de uso de diferentes tipos de telas (TV, celular, computador e videogame). O follow-up incluiu quatro medidas repetidas durante o ano letivo de 2015. Participaram do estudo crianças e adolescentes de escola pública (n = 463; 53,6% meninos; 9,3 ± 1,3 anos). O uso de telas foi o desfecho analisado, relatado em um questionário online para a recordação do dia anterior, ilustrado com 32 ícones de atividades, incluindo 4 tipos de dispositivos eletrônicos. O participante respondeu “O que você fez ontem?” pela manhã, tarde e noite. A frequência escolar foi avaliada por meio do item “Você veio à escola ontem?”. A análise foi conduzida via equações de estimativa generalizada, com ajuste por sexo, idade, estação do ano e escore-z de IMC. O percentual médio de faltas no período foi de 28,7%. De maneira geral, o uso de telas foi 13% mais frequente entre estudantes que faltaram à aula, com destaque para vídeogame, cuja frequência diária foi 37% maior. Adolescentes (10-12 anos) exibiram frequência diária de telas 26% maior quando comparados com as crianças (7-9 anos), especialmente de TV (36%) e celular (32%). A frequência diária de uso de telas e de assistir TV entre os alunos que faltaram às aulas no inverno foi, respectivamente, 24% (IRR = 1,24; IC95% = 1,11 - 1,39) e 35% (IRR = 1,35; IC95% = 1,10 - 1,66) maior em relação aos que faltaram às aulas no outono. Concluímos que o uso de telas predominou entre estudantes que faltaram à aula, sobretudo no período do inverno.