Resumo

Nós analisamos a associação longitudinal entre presença na escola e frequência diária de uso de diferentes tipos de telas (TV, celular, computador e videogame). O follow-up incluiu quatro medidas repetidas durante o ano letivo de 2015. Participaram do estudo crianças e adolescentes de escola pública (n = 463; 53,6% meninos; 9,3 ± 1,3 anos). O uso de telas foi o desfecho analisado, relatado em um questionário online para a recordação do dia anterior, ilustrado com 32 ícones de atividades, incluindo 4 tipos de dispositivos eletrônicos. O participante respondeu “O que você fez ontem?” pela manhã, tarde e noite. A frequência escolar foi avaliada por meio do item “Você veio à escola ontem?”. A análise foi conduzida via equações de estimativa generalizada, com ajuste por sexo, idade, estação do ano e escore-z de IMC. O percentual médio de faltas no período foi de 28,7%. De maneira geral, o uso de telas foi 13% mais frequente entre estudantes que faltaram à aula, com destaque para vídeogame, cuja frequência diária foi 37% maior. Adolescentes (10-12 anos) exibiram frequência diária de telas 26% maior quando comparados com as crianças (7-9 anos), especialmente de TV (36%) e celular (32%). A frequência diária de uso de telas e de assistir TV entre os alunos que faltaram às aulas no inverno foi, respectivamente, 24% (IRR = 1,24; IC95% = 1,11 - 1,39) e 35% (IRR = 1,35; IC95% = 1,10 - 1,66) maior em relação aos que faltaram às aulas no outono. Concluímos que o uso de telas predominou entre estudantes que faltaram à aula, sobretudo no período do inverno.

Acessar