Resumo

No Brasil, estima-se que 30% dos idosos caem pelo menos uma vez ao ano. A preocupação com este tema incide em questões de ordem médico-assistenciais, particularmente na crescente demanda por estes serviços. Acredita-se que os fatores associados a quedas possam atuar em menor ou maior intensidade entre os idosos, conforme suas condições de vida. Um contingente cada vez maior de portadores de doença de Chagas está envelhecendo e, assim, expondo-se mais ao risco de quedas, além de enfrentar as complicações decorrentes dessa enfermidade infecciosa crônica. Sendo assim, delineou-se este estudo com o propósito de se analisar o comportamento dos fatores de risco para quedas em idosos com doença de Chagas, considerando-se: características sócio-demográficas, clínicas, de auto-avaliação de saúde e de prática de atividade física. Os instrumentos utilizados foram: Instrumento de Coleta de Informações Sócio-Demográficas e Clínicas, retiradas do Banco de Dados do Projeto Temático "Doença de Chagas, Envelhecimento e Qualidade de Vida" e Questionário para Identificação de Agentes Predisponentes a Quedas em Idosos. As variáveis foram analisadas pelos testes Qui-quadrado ou Exato de Fischer, de Mann-Whitney, Análises de Cluster e de Regressão Logística Univariada. Foram entrevistados 43 idosos chagásicos de ambos os gêneros, sendo 21 (48,84%) mulheres, 35 (81,4%) entre os 60 e 69 anos. Verificou-se que 14 (32,54%) relataram queda, em consonância com achados de estudos com idosos não infectados pelo T. cruzi. A Análise de Cluster permitiu formar dois agrupamentos: um deles composto predominantemente por homens, cardiopatas, com maior referência à prática de atividade física e o outro composto predominantemente por mulheres, com idosos classificados nas formas clínicas mista, digestiva e indeterminada e menor referência à prática de atividade física. Dentre as variáveis estudadas, nenhuma foi preditiva para ocorrência de quedas 

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