Resumo

A depressão é uma das principais patologias que contribuem para a Carga Global de Doenças, sendo uma das três doenças que mais contribuem para anos vividos com incapacidade. Investigar os sintomas depressivos no envelhecimento se faz necessário, pois a depressão é um transtorno mental cada vez mais prevalente, que aliado ao estilo de vida, pode resultar em consequências à saúde dessa população. Objetivo: Identificar a prevalência e fatores associados a Sintomatologia Depressiva (SD) em idosos da comunidade. Metodologia: Estudo exploratório e de base populacional, integrante do projeto ELSIA – Estudo Longitudinal de Saúde do Idoso de Alcobaça, BA. A população do estudo incluiu idosos com 60 anos ou mais, cadastrados na Estratégia de Saúde da Família, com uma amostra de 230 idosos, com média etária de 73,3 anos (DP=7,1), sendo 147 (63,9%) indivíduos do sexo feminino, residentes na área urbana do município de Alcobaça, BA. Os dados foram coletados com uso de questionários administrados em forma de entrevistas individuais, contendo informações sociodemográficas, de saúde física e mental. A SD foi avaliada por meio da Escala de Depressão Geriátrica - GDS-15, adotando-se um ponto de corte de >5 pontos para a presença de SD. A atividade física e a exposição ao comportamento sedentário foram mensuradas utilizando o IPAQ (International Physical Activity Questionnaire), versão longa. Os dados foram analisados pelo IBM SPSS statistics 20. Foram utilizados procedimentos da estatística descritiva (média e desvio padrão) e inferencial (Regressão Logística de Poisson) p≤0,05. Resultados: A prevalência de SD foi de 16,5 % (n=38), sendo destes, 81,6% (n=31) no sexo feminino. A presença de SD foi associada ao sexo feminino (RP=2,42; IC95%=1,09 – 5,37; p=0,029) e nível insuficiente de atividade física (<150 minutos por semana) (RP=3,60; IC95%=1,96 – 6,63; p<0,001). Não foram identificadas associações significativas com a exposição ao comportamento sedentário, mesmo quando ajustado por faixa etária, ocupação, estado conjugal e uso de medicamentos (p>0,05). Conclusão: Idosos do sexo feminino e com níveis insuficientes de atividade física apesentam maior prevalência de sintomas depressivos. Os resultados deste estudo destacam a importância de intervenções direcionadas à promoção de atividade física entre os idosos, especialmente mulheres, na atenção primária à saúde. Estratégias voltadas para a conscientização e modificação do estilo de vida podem desempenhar papel relevante na redução da prevalência de SD nesta população. Recomenda-se a implementação de programas de atividade física acessíveis e adaptados às necessidades dos idosos, visando melhorar a saúde mental e o bem-estar geral

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