Exame Pré-Participação Esportiva e o Par-Q, Em Praticantes de Academias
Por Ingryd Maturo Andreazzi (Autor), Vanessa Suemi Takenaka (Autor), Pablius Staduto Braga da Silva (Autor), Maíta Poli de Araujo (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 22, n 4, 2016. Da página 272 a 277
Resumo
Introdução: O Brasil tem o maior número de academias do mundo (cerca de 20 mil) e aproximadamente de 3,6 milhões de brasileiros praticam atividade física nesses locais. Torna-se necessária uma padronização da triagem de praticantes de academia a fim de reduzir ao máximo o risco de morte súbita e outras morbidades associadas ao exercício físico. Objetivo: Comparar o Questionário de Prontidão para Atividade Física ( Physical Activity Readiness Questionnaire , PAR-Q) com o exame físico pré-participação esportiva na detecção de risco à saúde em praticantes de academia. Métodos: Estudo transversal, realizado nas cidades de São Bernardo do Campo e Guarulhos, São Paulo, Brasil. Foram avaliados 50 indivíduos, de ambos os sexos, entre 18 e 35 anos que iniciariam atividades físicas. Realizou-se anamnese, exame físico geral e ortopédico, teste de flexibilidade e o PAR-Q. As variáveis quantitativas foram analisadas pela média, desvio padrão e porcentagens. A comparação das variáveis contínuas com distribuição normal foi feita pelo teste te a comparação das variáveis qualitativas, pelo teste do qui-quadrado ou teste exato de Fisher. Fixou-se em 5% a hipótese de nulidade. Resultados: O PAR-Q foi positivo em 20% dos entrevistados, assemelhando-se aos dados da anamnese, em que 28% relataram alguma doença. O questionário teve associação positiva em indivíduos que faziam uso de medicação (p = 0,001), história familiar de hipertensão arterial sistêmica (p = 0,001) e antecedentes de cirurgia (p = 0,03). Os participantes com PAR-Q positivo tiveram os maiores valores de índice de massa corpórea, pressão arterial sistólica e diastólica, mas a diferença não foi estatisticamente significante. O PAR-Q não foi capaz detectar morbidades clínicas como: asma (8%), dislipidemia (4%), hipotireoidismo (2%), tabagismo (8%) e cirurgias prévias (40%). O exame abdominal e cardiopulmonar estava alterado em quatro participantes que apresentaram PAR-Q negativo. Conclusão: O PAR-Q foi parcialmente eficaz na identificação de risco para saúde em praticantes de academia.