Resumo

Os objetivos do estudo foram: (1) verificar a presença indireta de transmissão vertical de fatores genéticos nos níveis de atividade física (AF) e comportamento sedentário (CS) ao longo de três gerações e (2) estimar a magnitude dos fatores genéticos e ambientais. A amostra foi constituída por 1034 indivíduos de 100 famílias, com três gerações, provenientes da região de Lisboa, Portugal. A avaliação da AF e CS foi realizada por meio do IPAQ, forma curta. Os fenótipos avaliados foram: atividade física total (AFT); vigorosa (AFV); moderada (AFM); caminhada; tempo sentado (TS), tempo a ver televisão (TTV) e classificação do nível de AF. Calculou-se o índice de massa corporal (IMC). A estrutura familiar e o comportamento genérico das variáveis entre familiares foram analisados no software Pedstats. A heritabilidade (h2) e o efeito do ambiente partilhado foram estimados pelo método de máxima verossimilhança implementado no software Solar. A representação gráfica foi feita no software HLM. Ajustou-se os resultados às covariáveis: sexo, idade, sexo*idade, idade2, sexo*idade2 e IMC. Foi adotado um nível de significância de 0,05. As estimativas de h2 foram as seguintes: AFV h2=0,35±0,06 (p<0.0001); AFM h2=0,29±0,06 (p<0.0001); caminhada h2=0,40±0,06 (p<0.0001); AFT h2=0,28±0,06; TS h2=0,29±0,06 (p<0.0001); TTV h2=0,15±0,06 (p<0.003) e determinação do nível de AF h2=0,35±0,14 (p<0.007). O efeito ambiental partilhado não foi significativo. Os resultados indicam que os fatores genéticos podem contribuir entre 15 a 40% da variabilidade total nos diferentes fenótipos da AF e CS, considerada influência baixa a moderada. Fatores ambientais não-transmitidos correspondem à maior contribuição na determinação desses fenótipos.


 

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