Resumo

O apoio social e autoeficácia estão associados à prática de atividade física dos adolescentes. Contudo, tem sido recomendado analisar em que medida essas associações variam conforme as características dos adolescentes. Este estudo teve como objetivo analisar se o estado nutricional modera a associação entre os fatores psicossociais (apoio social e autoeficácia) e a prática de atividade física dos adolescentes. Trata-se de um estudo transversal, que utilizou dados da linha de base (2014) do Estudo LONCAAFS (Estudo Longitudinal sobre Comportamento Sedentário, Atividade Física, Alimentação e Saúde de Adolescentes). A amostra foi composta de 650 adolescentes de 10 a 14 anos de idade (52,9% do sexo feminino), de escolas públicas do município de João Pessoa (PB). O apoio social e a autoeficácia foram mensurados por escalas compostas de 15 itens (cinco itens para cada fonte de apoio: pai, mãe e amigos, em escala Likert) e quatro itens (escala dicotômica), respectivamente. A atividade física foi mensurada por acelerômetros da marca Actigraph GT3X+ e o estado nutricional por meio do índice de massa corporal (sem excesso de peso corporal vs. com excesso de peso corporal). A regressão linear bruta e ajustada foi utilizada para analisar a associação entre apoio social, autoeficácia e prática de atividade física e se essa associação é moderada pelo estado nutricional dos adolescentes. As análises foram realizadas no Stata 13. O nível de significância adotado foi de p ? 0,05. Adolescentes com excesso de peso corporal apresentaram menor tempo de prática de atividade física moderada à vigorosa, mas níveis similares de apoio social (pai: p= 0,140; mãe: p= 0,511; amigo: p= 0,822) e autoeficácia (p= 0,071) comparados aos seus pares sem excesso de peso. O apoio social dos amigos se associou de forma positiva e significativa com a prática de atividade física de intensidade moderada (?= 2,67; IC95%: 0,28; 5,07). A associação entre os fatores psicossociais e a prática de atividade física não foi moderada pelo estado nutricional dos adolescentes. As possíveis influências do apoio social e da autoeficácia sobre os níveis de atividade física parecem não diferir pelo estado nutricional dos adolescentes. 

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