Fatores sociodemográficos e ambientais estão associados à prática de atividade física de pacientes pediátricos oncológicos e seus pais? Um estudo transversal
Por Jean Augusto Coelho Guimarães (Autor), Sofia Wolker Manta (Autor), Ana Elisa Messetti Christofoletti (Autor), Vanessa Fabiana da Costa Sannomiya (Autor).
Em Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde - RBAFS v. 30, 2025.
Resumo
A atividade física (AF) durante o tratamento oncológico pediátrico proporciona benefícios à saúde de pacientes. No entanto, diferentes fatores podem facilitar ou dificultar essa prática. Objetivo: Verificar a associação entre os fatores sociodemográficos e ambientais e a prática de atividade física de lazer e deslocamento (AFL-AFD) de pacientes pediátricos oncológicos e de seus pais. Métodos: Estudo transversal em parceria entre Universidade e Centro Oncológico Infantil de Referência. Participaram pacientes jovens (10-19 anos), diagnosticados com câncer e em qualquer fase do tratamento, além do pai ou da mãe. Os participantes responderam a questões sociodemográficas e socioeconômicas, um questionário de AF habitual e a escala ambiental para jovens, por meio de contato telefônico ou presencial. Foram utilizados estatística descritiva, teste t de Student e o teste qui-quadrado de Pearson, regressão de Poisson, Teste exato de Fisher e índice Kappa e o valor de p adotado foi < 0,05. Teste exato de Fisher e índice Kappa (k) foram utilizados para verificar possíveis associações e concordâncias entre adolescentes e pais, com valor de p < 0,05. Resultados: Participaram 40 pacientes (14,7 ± 2,7 anos de idade; 62,5% meninos), sendo a maioria diagnosticados com Leucemia (40%), e 40 pais (43,08 ± 7,67 anos de idade; 73% mulheres), 63% de etnia branca e 50% com nível socioeconômico C1/C2/D-E. A média de AFL-AFD dos pacientes foi de 286,7 ± 238,6 min/sem e dos pais foi de 50,8 ± 99,7 min/sem. Não houve associação entre fatores sociodemográficos, AF dos pais e AFL-AFD dos pacientes (p > 0,05). Houve associação negativa entre AFL-AFD e instalações recreativas (p = 0,04), e associação positiva para maior segurança na vizinhança (p = 0,02). Conclusão: Não houve associação entre fatores sociodemográficos e AFL AFD em pacientes pediátricos e dos seus pais. Maior segurança na vizinhança foi associada a essa prática.