Resumo

Os jogadores de futebol estão expostos a um número potencial de estressores que operam sobre o desempenho atlético. A gênese do stress no futebol é um processo complexo e multifatorial que pode influenciar a performance, debilitando-a, ou seja, levando a respostas negativas ou facilitando-a, isto é, ajudando os atletas a usarem os recursos individuais de forma efetiva e eficiente nas situações de competição esportiva. Se existe o impacto positivo ou negativo destes estressores sobre a performance esportiva, então eles precisam ser investigados. O presente trabalho foi conduzido para servir a dois grandes propósitos, denominados Estudo 1 (Elaboração e Aferição de "Inventário de Stress no Futebol") e Estudo 2 (Percepção do Stress por Tempo Profissional e Posição de Jogo). Para a elaboração e aferição do instrumento foram avaliados 137 jogadores de futebol profissional pertencentes as equipes do Palmeiras, Grêmio, Internacional e Etti Jundiaí, através de um inventário composto por 77 itens gerais e específicos do futebol. A Análise Fatorial Varimax mostrou que somente 2 itens não foram estatisticamente significativos e que os demais itens podem ser representados por 7 fontes estressoras. O coeficiente alpha de Cronbach foi utilizado para se analisar a precisão do inventário. Para a análise da percepção do stress por tempo profissional e posição de jogo foram avaliados 17 goleiros, 41 zagueiros, 47 meio-campistas e 32 atacantes. Destes, 36 tinham mais de 8 anos de profissional e 44 menos do que 3 anos de profissional. Através dos resultados da análise estatística pode-se observar diferenças significativas em 5 itens, quando os jogadores são comparados por posição de campo e em 21 itens, quando são comparados por tempo profissional. Há indícios de que o instrumento é válido e fidedigno e que, portanto, serve para avaliar stress em jogador de futebol profissional. Foi detectado que os jogadores experenciam uma variedade de fontes de stress, indicando que a percepção das fontes estressantes é trans-situacional. Pode-se inferir que existem diferenças na avaliação dos itens de stress entre as posições de jogo, que podem ser vistas como características da especificidade da posição, e que diferentes graus de experiência podem representar diferenças na percepção do stress.

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