Federação Internacional de Xadrez proíbe mulheres trans de competir
Resumo
A medida não se justifica do ponto de vista biológico, como nos esportes
A Federação Internacional de Xadrez, conhecida como FIDE, anunciou publicamente no dia 14 de agosto passado, após decisões do conselho executivo em reuniões realizadas em Baku, no Azerbaijão, que não vai permitir que mulheres transgênero participem de competições femininas, até que seu conselho analise e emita opinião sobre essas enxadristas num prazo de dois anos.
A organização também vai retirar alguns títulos conquistados por jogadoras que venceram em categorias femininas e depois fizeram a transição para a masculina. Também serão retirados alguns títulos conquistados por homens transgêneros. As novas políticas já estão em vigor. "A FIDE reconhece que esta é uma questão em evolução para o xadrez e que, além dos regulamentos técnicos sobre transgêneros, outras políticas podem precisar ser atualizadas no futuro, de acordo com as evidências de pesquisa", escreveu a federação em um comunicado.
Nos últimos dias, várias federações de xadrez se manifestaram contra as novas mudanças, inclusive nos EUA e Alemanha. "Se uma pessoa é legalmente reconhecida como mulher, é incompreensível para nós o que a FIDE ainda quer verificar e por que precisa de dois anos para isso", escreveu a Federação Alemã de Xadrez em um comunicado. Da mesma forma, estrelas do xadrez em todo o mundo se manifestaram contra as novas políticas da FIDE, dizendo que elas trarão danos desnecessários aos competidores transgêneros.