Resumo

Este artigo analisa os primeiros momentos de institucionalização do surfe feminino, compreendendo os processos históricos relativos à participação de Fernanda Guerra nessa prática cultural corporal, protagonista desse momento. O surfe de maneira institucionalizada no Rio de Janeiro deu seus primeiros passos na década de 1960, justamente quando as mulheres se inserem na modalidade. Qual é a participação dessa agente social neste contexto? A metodologia utilizada foi a história oral, ou seja, trata-se de um método que não só suscita a emergência de novos objetos e nova documentação, como também estabelece uma relação original entre o historiador e os sujeitos da história, uma construção histórica participativa. Enfim, investigando a vida dessa competidora das primeiras competições de surfe no Rio de Janeiro, constatamos que enquanto a prática se reduzia a um grupo restrito, filhos de estrangeiros que moravam em Ipanema, as mulheres praticavam e tinham representação na Federação, embora essa participação tenha se resumido a festas e homenagens.

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