Resumo

Apesar da desigualdade e dos conflitos impostos pela situação colonial, festejos mobilizavam amplos segmentos da população luandense. Alguns eram organizados por autoridades governamentais, outros pela Igreja, mas todos envolviam a mobilização relativamente autônoma de parcelas da população, não só de colonizadores como de colonizados. Do ponto de vista das autoridades, os festejos tendiam a ser interpretados como oportunidades de demonstração e fortalecimento dos laços entre a colônia e a metrópole. Entretanto, as festas podiam assumir múltiplos significados para os seus participantes, divididos em qualificações raciais, condições sociais, categorias jurídicas e pertencimentos culturais. O objetivo da comunicação será analisar, a partir das páginas da imprensa local, festejos populares de Luanda e arredores entre finais do século XIX e meados do século XX. Como exemplo de festa cívica será abordada a da Restauração, que comemorava, no dia 15 de agosto, a retomada do domínio português, após a vitória sobre os holandeses (1648).

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