Resumo

Resumo: O futebol foi aceito e transformado em paixão mundial parte por ações estratégicas, parte pelo seu perfil de dinâmica de tensões capaz de cativar a quem assiste. O torcedor fanático de futebol vive esta experiencia identitária de uma forma muito mais explicita. Ele se entrega a esta emoção! A experiência emocional pode significar uma representação cognitiva de estados globais do organismo, compostos por cadeias de sinalização central e periférica, específicas para cada tipo e grau de emoção (Ledoux, 2012). Assim, Nossa pesquisa se propôs a iniciar os estudos sobre a fisiologia das emoções no esporte. Convidamos 6 fanáticos pelo Corinthians, com idade média de 30 anos (± 7,8) a assistir, pela televisão, ao jogo da final do campeonato Paulista de futebol 2018 disputado em 8 de abril de 2018 (n=3) e a 24ª rodada (segundo turno) do brasileirão 2018, disputado em 9 de setembro de 2018 (n=3); ambos aos domingos às 16h, contra a Sociedade Esportiva Palmeiras. Os jogos foram assistidos em uma sala exclusivamente preparada para este fim, com temperatura controlada entre 22 e 25ºC, sem ingestão de alimentos durante o período da partida e com ingestão a vontade de água. Houve coleta de cortisol salivar, Glicose e PA em cinco momentos do dia do jogo (CF) e de um dia rotineiro (CR). Além disso, quarenta e cinco minutos antes do início do certame, os voluntários foram convidados a responder dois inventários (BECK, 1988) sobre presença/ níveis/ ausência de ansiedade e depressão. Trinta minutos antes da partida foram equipados com o medidor de frequência cardíaca firstbeat SPORTS team 4.6 performance monitoring system® (Firstbeat techinologies). A única emoção auto relatada de forma unânime foi a felicidade ao ganhar uma partida. Relacionados a esta emoção (final do paulistão) foram encontrados, um pico de FC que atingiu 68%, 72% e 86% da frequência cardíaca máxima individual e uma elevação média da concentração de cortisol salivar para 4.47 ng/mL ao término do jogo. As emoções associadas a perder um jogo (24ª rodada brasileirão), foram: tristeza, ficar bravo, piorar o dia e o humor. Nesta experiência emocional, a FC dos voluntários não alcançou 50% da máxima em nenhum momento e a concentração de cortisol salivar no final do jogo foi de 1 ng/mL. O comportamento da FC se apresentou muito peculiar entre os jogos, assim como nas ações de cada jogo. Mesmo quando o tipo de emoção auto relatada se deu de forma análoga, como a felicidade de ganhar uma partida e a felicidade de ver um gol do Corinthians, o controle da FC diferiu enormemente em cada situação (média de 75% e 66% da frequência cardíaca máxima, respectivamente). Desta maneira, este estudo ratifica a hipótese de que, embora seja relatado o mesmo significado cognitivo para uma emoção, ela se expressa fisiologicamente em dimensões de ativação e controle distintas. Além disso, sugere que vitórias, derrotas e o contexto específico de cada jogo, regulam o comportamento fisiológico dos marcadores periféricos avaliados de maneira particular. Corroborando, assim com a hipótese de Elias e Dunning (1992)

Citação: COLARES-CAMURÇA, Aline Marques. Fisiologia das emoções: os torcedores fanáticos de futebol. 2019. 1 recurso online (141 p.). Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física, Campinas, SP.

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