Resumo

A flexibilidade pode ser definida como a máxima amplitude fisiológica passiva em um dado movimento articular. A flexibilidade é específica para a articulação e para o movimento. O Flexiteste, originalmente descrito em 1980, permite a medida da flexibilidade de 20 movimentos articulares, em uma escala crescente de números inteiros entre 0 e 4, e a obtenção de um resultado global denominado de Flexíndice. Considerando que o mesmo Flexíndice pode ser obtido por diferentes combinações dos escores dos 20 movimentos, fazia-se necessário estudar de forma objetiva a variabilidade dos resultados. Utilizando resultados de 2.426 homens e mulheres entre 5 e 88 anos de idade, propomos cinco novos índices de variabilidade dos escores do Flexiteste: a) intermovimentos, b) interarticulações, c) flexão-extensão, d) entre segmentos, e e) distal-proximal. Os dois primeiros índices de variabilidade são independentes da idade, do gênero e da magnitude do Flexíndice. Os outros três, por ser resultados de quocientes entre médias de grupos de medidas, tendem a apresentar resultados próximos ao valor unitário, mas diferem entre os gêneros, especialmente quanto à dispersão dos resultados em relação à tendência central. Valores inferiores a 1,15 (homens) e 1,04 (mulheres) para o índice de variabilidade distal-proximal são pelo menos três vezes mais comuns em indivíduos com menos de 50 anos, sugerindo um padrão de expressão da flexibilidade infanto-juvenil. Métodos de cálculo, faixas de percentis para valores homogêneos, algo heterogêneos e altamente heterogêneos, assim como os aspectos principais da interpretação de cada um dos índices, são apresentados no texto.

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