Resumo

: a prática da dança em cadeira de rodas tem como foco de atenção o potencial da pessoa com deficiência e não suas limitações. Nesse sentido, a motivação do indivíduo para adesão e continuidade à modalidade deve ser levada em consideração. Miranda e Bara Filho (2002) afirmam que a motivação para realizar tarefas com o máximo desempenho é chamada de Flow-feeling, um fenômeno psicológico que tem o intuito de facilitar a vivência de momentos de ótimo desempenho. Objetivo: analisar a motivação em atletas cadeirantes praticantes da Dança Esportiva em Cadeira de Rodas (DECR). Referencial teórico: a DECR é uma modalidade que surgiu na Europa, e é estudada a alguns anos no Brasil. Ela foi adaptada da Dança de Salão para pessoas com deficiência. Essa modalidade está sob o comando do Wheelchair Dance Sport Committee (WDSC) e do International Paralympic Committee (IPC), e no Brasil recebe promoção e incentivos da Confederação Brasileira de Dança em Cadeira de Rodas (CBDCR). Materiais e métodos: foi realizado um estudo qualitativo, descritivo com a participação 17 atletas cadeirantes praticantes da DECR e federados na CBDCR, sendo 7 (42,1%) do sexo masculino (44,3±5,94 anos) e 10 (57,9%) do sexo feminino (36,1±6,9 anos), pertencentes a 6 (seis) equipes/companhias de dança do Brasil: Cia GirArtes – Adefip Núcleo de Artes da Adefip (Poços de Caldas/MG); Araxá Dance Company (Araxá/MG); Roda Vida (João Pessoa/PB); Cia de Dança Loucurarte (Aracaju/SE); Cia. do Nosso Jeito e Cia.de Dança Mauro Santos (Belém/PA). O tempo médio de prática dos atletas na modalidade foi de 5,61 anos. Como critério de inclusão, atletas que competiram regularmente nos últimos 5 anos e participaram no mínimo de uma competição oficial organizada pela CBDCR. Os dados foram coletados por meio de uma entrevista semiestruturada com as questões, via formulário eletrônico do aplicativo Google Forms por meio de link enviado via redes sociais e e-mail. As entrevistas foram analisadas pelo método de análise do discurso. Resultados e Discussão: Os atletas afirmaram que a motivação influencia nos resultados esportivos e que os sentimentos durante a competição eram diversos, entre eles: ansiedade, nervosismo, tensão, satisfação, interesse e alegria. No que se refere aos aspectos motivacionais para seguir a carreira de atleta de DECR, mencionaram o amor pela dança, o prazer em competir e a melhora da autoestima. Em relação a desmotivação dos atletas, destacam-se a falta de apoio e o incentivo; o preconceito e os problemas pessoais. Por outro lado, durante a competição foram verificados sentimentos positivos ou negativos, além de identificada a importância de compreender aspectos do flow-feeling no desempenho dos atletas da DECR e a necessidade de estudos de Psicologia do esporte na modalidade. Conclusão: a motivação em atletas cadeirantes praticantes da DECR depende de diferentes fatores como: a história de vida, as experiências e diferenças individuais, lembrando que a modalidade favorece o autoconhecimento e conquistas esportivas que motivam o atleta em busca de seu melhor desempenho.

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