Resumo

A capacidade dos atletas de aumentarem a velocidade do centro de gravidade CG da totalidade do corpo durante a fase de aceleração da corrida de velocidade está relacionada com os valores de força que este conseguem produzir na extenção explosiva das articulações do membro inferior, coxofemural, joelho e tibio-társica. As curvas de força isométricas e isocinéticas apresentam boa relação com essa fase do movimento. Os resultados obtidos em saltos de profundidade SP permitem também boas predições dos resultados obtidos em velocistas. O objectivo deste trabalho foi o de relacionar os valores de força máxima isométrica de extensão da coxo femural, do joelho e tornozelo, assim como os resultados obtidos em SP realizados a partir de 25, 40, 50 e 70 cm de altura, com o incremento de velocidade do CG no segundo apoio após a saída de blocos de partida, em onze velocistas de elite. No que respeita ao modelo de regressão múltipla calculado verificou-se que existe uma relação significativa (p< 0.01) entre a força máxima isométrica de extensão das articulações do membro inferior e o incremento de velocidade horizontal na fase de aceleração da corrida de velocidade apresentando um r2=0.6. O mesmo modelo permitiudeterminar que a articulação determinante para a aceleração é o joelho, seguido do tornozelo e por últimoa coxo-femural. Os resultados de SP estão significativamente correlacionados com o incremento de velocidade horizontal, DJ25 (r=0.8p<0.01), DJ40 (r=0.7 p<0.01) DJ55 (r=0.69 p<0.05) e DJ70(r=.69 p<0.05). Os nossos resultados sugerem que a acção do joelho tem um papel fundamental no incremento de velocidade na fase de aceleração da corrida á máxima velocidade. Os movimentos estudados apresentam um ciclo muscular de alongamento encurtamento em que o sistema neuromuscular é capaz de reutilizar a energia elástica acumulada na fase de contracção excêntrica assim como beneficiar da potenciação reflexa que ocorre nesta fase de alongamento.

Arquivo