Resumo

Introdução: Atualmente, o câncer se constitui na segunda causa de morte por doença, no Brasil, e, em 1994, os neoplasmas foram responsáveis por 10,86% dos 887.594 óbitos registrados, sendo que 53,81% dos óbitos por neoplasia ocorreram entre os homens e 46,05%, entre as mulheres. O metabolismo de pacientes portadores de câncer sofre modificações drásticas devido ao estresse criado pela própria doença. Com a redução ou ausência da atividade física, ocorrem mudanças nas propriedades dos músculos, causando uma atrofia muscular e diminuição da força. Essa perda de força muscular gera uma limitação para executar tarefas diárias simples, comprometendo significativamente a qualidade de vida.

Objetivo: Avaliar e verificar a força de preensão manual em portadores de câncer de ambos os gêneros.

Metodologia: Amostra: Participaram do estudo 24 portadores de câncer (7 homens e 17 mulheres). A idade média encontrada foi de 61,00 ± 14,48 anos. Todos os sujeitos foram pré informados sobre os riscos do projeto e os mesmos assinaram um consentimento livre e esclarecido para participar do mesmo, segundo a declaração de Helsinque (1969). Força de Preensão Manual: A força de preensão manual foi medida no membro superior dominante por meio de um dinamômetro hidráulico de mão. O instrumento fornece uma leitura rápida e direta da força isométrica e é adaptável a diferentes tamanhos de mão. O teste foi realizado três vezes com intervalos de 10 segundos entre cada execução e foi considerada a medida de maior valor. Estatística: Estatística descritiva com comparação de medias e desvio padrão. Foi utilizado o teste de Shapiro Wilk para verificar a distribuição da amostra. Para identificar as diferenças entre as 3 tentativas de força adotamos o teste não paramétrico de Wilcoxon, na comparação entre os gêneros utilizamos o teste de Mann-Whitney. Para comprovação estatística foi adotado o p< 0,05.

Resultados: Não encontramos diferenças significativas entre as tentativas realizadas, mas a 1ª tentativa foi que apresentou a maior força. Quando comparamos a força de preensão manual entre os gêneros não identificamos diferenças significativas.

Conclusão: A força de preensão manual nos portadores de câncer avaliados não apresentou diferenças entre os gêneros, embora estudos preliminares com populações saudáveis indiquem que os homens apresentam maior nível de força.

In: Rev Brasileira Ciência e Movimento 1suppl 18 (4): 2010.