Resumo

Este estudo é sobre a formação continuada de professores de educação física, entendendo como primordial a pesquisa em contexto foi implementado um curso híbrido (presencial e à distância) em uma rede pública municipal de uma cidade do interior de São Paulo. O referencial teórico foi organizado com base nas ideias de saber docente, identidade docente e comunicação docente. Fomos a campo com este embasamento para viver com professores, não como “estrangeiros amistosos”, mas como “nativos intrometidos”. Seja nas trocas presenciais, no grupo de WhatsApp ou na sala virtual, vivi sempre como agente duplo, “espionando” de local
privilegiado professores e formador. Objetivou-se assim uma descrição detalhada das experiências vividas nestes 3 ambientes a partir do olhar do professor mediador. Dessa forma, os resultados constituem-se de uma interpretação deste cenário com destaque às possibilidades e limitações vivenciadas em ambiente ora virtual, ora presencial. Nos meses em que vivi como agente duplo, observando os professores e “espionando” o formador fui, ou fomos, deixando rastros, sobretudo “rastros digitais”, ainda que tenhamos dividido nossa descrição em 3 capítulos, destacamos que faz parte das nossas percepções a aparente miscigenação entre estes universos. O viver presencial reforçou premissas sobre a importância e sobre as dificuldades de implementação desse tipo de encontro e adicionou a percepção sobre o caráter espontâneo nas formas síncronas de interação. Já o viver no WhatsApp, inicialmente considerado como estratégia secundária de pesquisa e formação, mostrou-se muito promissor. O aplicativo acaba desenhando um filme detalhado sobre como se desenvolve a formação em exercício, no nosso caso específico, revelando certa constância nas formas de comunicação entre professores no grupo de mensagens. Por último, a sala virtual, eleita como ambiente principal para o viver online, revelou mais participação e envolvimento dos professores nas atividades relacionadas ao cotidiano docente.

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