Resumo

Este texto foi estruturado a partir da investigação de 51 produções científicas publicadas nos principais bancos de teses/ dissertações e periódicos científicos que abordam a formação de professores de Educação Física no período de 2005 a 2014. Propõe a elucidar quais aspectos da formação de professores têm se apresentado como foco das pesquisas nesse período? De que forma a nova legislação para a formação de professores têm afetado o currículo e os cursos de Licenciatura em Educação Física? Para análise das produções foi utilizada a técnica da Análise de Conteúdo. Após a análise da produção acadêmica do período foi possível perceber um imenso banco de dados. Porém, ao analisar as produções encontradas apenas 16 obras da CAPES e outras 15 do BDTD atenderam aos requisitos para essa pesquisa, pois tratavam da temática específica da formação. Juntaram-se a essas produções outros 6 trabalhos de cinco bibliotecas universitárias on line, e outros 14 artigos científicos totalizando 51 produções, das quais, 9 Teses, 28 dissertações e outros 14 artigos, totalizando 51 produções. As unidades de conteúdo encontradas nas produções foram organizadas em cinco categorias que emergiram desta busca: "novo currículo para os cursos de Educação Física", "estágio/prática pedagógica na formação inicial de professores", "pesquisa nos cursos de formação inicial de professores de Educação Física", "nova legislação para o ensino superior" e "formação docente", conforme nos mostra o quadro a seguir: Devido à abrangência do tema e o formato dessa produção, na busca da análise com maior profundidade, investigou-se o conteúdo das produções sobre Legislação e Currículo. Após a análise e reflexões a respeito das produções foi observada uma parca produção a respeito do tema, principalmente no que se refere ao impacto da nova legislação sobre o currículo. Foi possível verificar também que há um descontentamento em relação ao desmembramento da formação profissional em Educação Física em dois cursos, o que, não teria possibilitado melhorias qualitativas na formação do licenciado ou do graduado, visto que, pouco se modificou nos currículos do curso. O que se percebeu é a adequação de algumas disciplinas especificas de cada curso e o estágio curricular obrigatório como elementos que diferenciam os cursos. Isso foi sinalizado também a respeito das estratégias e conteúdos referentes às duas formações, quando os professores afirmaram que são poucas as mudanças na atuação com as diferentes formações. Segundo as produções isso se daria pela falta de construção coletiva e conhecimento aprofundado do Projeto Pedagógico do Curso. Diante das considerações apresentadas fica claro que apenas as mudanças na legislação não são suficientes para promoverem mudanças significativas na formação. De igual importância, destacamos que, independente do modelo curricular adotado há que se atentar para o risco de não se oferecer duas formações distintas (licenciatura e bacharelado) com o mesmo perfil de egresso, e isso, inclui preocupações com o currículo e com a prática profissional daqueles que atuam na formação. Para finalizar, é clara a necessidade de se investir mais nas pesquisas referentes à formação e atuação dos profissionais do nível superior com objetivo de subsidiar as discussões e a reestruturar os cursos de formação de professores voltados ao perfil de egresso próprio para essa atuação.

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