Resumo

Universidade Federal de Pelotas, Pelotas/RS. Esta pesquisa trata das atuais mudanças no mercado e no mundo do trabalho em especifico da área de Educação Física. Observa-se que a elaboração de propostas de mudanças no currículo dos cursos de formação do professor/profissional de Educação Física é resultado de debates que ocorrem nesta área de conhecimento e de intervenção. Tais debates têm sido mediados pela reflexão sobre novas demandas impostas pela sociedade, especialmente, aquelas que surgem no âmbito das relações privadas, ou, dito de outra forma, pelo mercado/mundo do trabalho no modo de produção social capitalista. No sentido de buscar dados atuais sobre as questões que envolvem esta problemática, propõe-se, com esta investigação, analisar em que medida as mudanças no mercado e no mundo do trabalho influenciaram os processos de formação e de intervenção profissional dos(as) egressos(as) do Curso de Educação Física da Escola Superior de Educação Física (ESEF/UFPel) e da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ). Nesse sentido, a questão fundamental que o trabalho pretende responder é: quais as relações se estabelecem entre os processos de formação – ensino, pesquisa e extensão – dos(as) egressos(as) do curso de Educação Física das universidades em questão, sua intervenção profissional e as mudanças no mercado e no mundo do trabalho? A metodologia adotada segue os pressupostos da pesquisa qualitativa, tipo estudo de caso coletivo (STAKE, 2000). Utilizou-se a abordagem do Materialismo Histórico e Dialético por este ser o mais coerente com as concepções de mundo da autora. Para desenvolver a pesquisa realizou-se revisão bibliográfica, pesquisa em documentos legais e institucionais. Entrevistou-se cinqüenta e seis (56) egressos(as) para colher dados sobre as representações referentes ao assunto, através de entrevista tipo semi-estruturada. A análise realizada utiliza procedimentos da “Análise de Conteúdo”, proposta por Bardin (1977). Concluiu-se que as mudanças no mercado/mundo do trabalho determinaram a reestruturação curricular dos cursos de formação da área de Educação Física e influenciaram a intervenção profissional de seus(as) egressos(as) na direção da precarização das relações de trabalho, perda de direitos trabalhistas, baixa remuneração, intensificação da jornada de trabalho, entre outros, e submissão às demandas do mesmo. Salienta-se a necessidade da classe trabalhadora de todas as áreas, articularem-se politicamente e junto ao sindicato da sua categoria, com atividades coletivas para lutar por condições dignas de trabalho, por novas relações sociais, com vistas a uma sociedade sem classes. Pois só assim haverá superação das desigualdades sociais. Esta posição demonstra que há inúmeras resistências contra todo o tipo de exploração acerca dos(as) trabalhadores(as) e contra o vigente modo de formação social capitalista. 

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