Formação em Educação Física e cuidado no campo da saúde mental

Parte de Formação em saúde e educação física . páginas 143 - 172

Resumo

A saúde mental tem recebido cada vez mais atenção – seja nas políticas assistenciais, em noticiários ou em conversas do cotidiano – por diversos motivos. Um deles é o processo de desconstrução da loucura e de desmistificação do sofrimento psíquico, propiciando a diminuição dos preconceitos associados, da vergonha e das interdições. Outro é a compreensão da complexidade do processo saúde-doença-cuidado, que permite assumir a indissociabilidade da saúde mental em relação a outras dimensões constituintes dos indivíduos (e de coletivos), algo que pode ser traduzido na concepção de integralidade. Um terceiro motivo é a alta prevalência de pessoas que desenvolvem transtorno mental em algum momento de sua vida (SANTOS; SIQUEIRA, 2010), pauta importante no difícil enfrentamento da pandemia de Covid-19 e de distanciamento social que vivenciamos no momento em que esse texto foi escrito. Por que escrever sobre saúde mental em um livro que discute a formação de profissionais de Educação Física? Apesar de compreendermos que saúde mental e sofrimento psíquico constituem e permeiam a vida de todo e qualquer ser humano, ela é vivenciada sempre de modo singular e com diferentes intensidades. Enquanto profissionais de Educação Física nos mais diferentes campos de atuação, precisaremos lidar com pessoas que têm medo, exaltam-se, estão sofrendo por algum motivo, fazem uso de substância psicoativa, precisam lidar com sua ansiedade, estão insatisfeitas com seu corpo, enfim, saúde mental permeia nosso cotidiano de trabalho inevitavelmente por trabalharmos com seres humanos.