Resumo

O presente estudo teve por objetivo investigar se crianças portadoras de síndrome de Down, com deficiência mental leve e moderada se beneficiam da variabilidade de prática para desenvolver esquema motor na tarefa de arremessar ao alvo. Participaram deste estudo 41 sujeitos, na faixa etária de 8a11m a 12a11m, alunos do Setor Educacional do Centro de Habilitação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de São Paulo, que foram divididos em grupo controle e grupo experimental. O grupo controle foi submetido à prática da tarefa a uma distância de 2,0m e o grupo experimental efetuou as tentativas a 1,5m, 2,0m e 2,5m de distância. Foram realizadas 96 tentativas durante a prática, distribuídas em 5 dias. Nesta fase apenas o grupo experimental de sujeitos portadores de deficiência mental moderada obteve diferença significante do primeiro para o quinto dia. A tarefa de transferência utilizada para avaliar a efetividade das diferentes condições de prática consistiu em 10 tentativas de arremesso ao alvo colocado a uma distância de 3,0m. A análise não-paramêtrica dos dados não revelou diferença significante entre os grupos experimental e controle. No entanto, a tendência evidenciada pela análise descritiva dos dados foi a de que o grupo experimental obteve melhor desempenho na nova tarefa na primeira tentativa. Esta tendência indicou que o referido grupo se beneficiou da variabilidade de prática. O desempenho variável observado nas 10 tentativas, entretanto, colocou em dúvida se a formação de esquemas motores a partir da prática variada pode ser considerada preponderante em situações de aprendizagem motora, conforme predição feita na teoria de esquema de Schmidt (1975). A análise dos dados revelou que os sujeitos portadores de deficiência mental moderada apresentaram um desempenho semelhante ao de pessoas portadoras de deficiência mental leve. A idade mental e a idade cronológica podem ser consideradas fatores importantes para tal evidência.

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