Resumo
A partir do movimento da Educação Inclusiva, cada vez mais alunos com necessidades educacionais especiais estão inseridos nas escolas regulares. Para que o atendimento a esse aluno seja de qualidade, cabe à escola promover adequações com a finalidade de atender às necessidades de todos os alunos, seja com ou sem deficiência. Ademais, entende-se que os cursos que objetivam formar professores precisam oferecerem suas grades curriculares subsídios teóricos e metodológicos a respeito da Educação Especial. Nessa direção, o objetivo deste estudo foi verificar como ocorre a formação inicial do professor de Educação Física para o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais, inseridos nas escolas regulares. Para tanto, realizou-se uma pesquisa descritiva, a partir de um estudo de campo que envolveu 3 cursos de licenciatura em Educação Física de Instituições de Ensino Superior públicas e privadas do Oeste do Paraná. Os dados foram coletados por meio de um levantamento documental nas matrizes curriculares e nos planos de ensino dos respectivos cursos, de entrevistas com 3 coordenadores e 3 professores que trabalham com a disciplina que atende à área da Educação Especial, e da aplicação de questionários a 92 acadêmicos do último período do curso. Após a análise dos dados, constatou-se que todos os cursos contam em sua grade curricular com disciplinas que tratam sobre os conteúdos da Educação Especial, a saber, uma disciplina relacionada à Língua Brasileira de Sinais (Libras) e outra destinada a trabalhar os fundamentos da Educação Física para os alunos com necessidades educacionais especiais. Porém, conforme relatado pelos acadêmicos e docentes, esses conteúdos são insuficientes, tendo em vista os desafios apresentados a partir da inclusão desses alunos no ensino regular. Observou-se que 2 cursos oferecem projetos de pesquisa relacionados à Educação Especial. No que tange às atividades de extensão, percebeu-se que os 3 cursos oferecem vivências e experiências com relação aos alunos com necessidades educacionais especiais, mas somente um mantém projetos de extensão de forma contínua. A respeito do estágio supervisionado, verificou-se que um dos cursos oferece a possibilidade do acadêmico realizar o estágio em escolas de Educação Especial. Não foi constatado, durante a realização dos estágios nas escolas regulares, trabalhos que envolvam a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. Nesse sentido, apesar dos cursos, no decorrer da formação inicial, ofertarem conteúdos e vivências relacionados à temática da Educação Especial, demonstram muitas dificuldades no que se refere a formar seus acadêmicos para o trabalho a ser realizado com o público alvo da Educação Especial, tanto no que se refere aos conteúdos teóricos como às práticas que envolvem esses alunos.