Resumo

Na perspectiva de que a aprendizagem da profissão docente é um processo que o professor realiza durante toda a vida, analisa-se a formação de professores como um grande continuum que integra quatro períodos críticos fundamentais, pelo potencial de influência que têm na forma como se desenvolvem nos docentes as suas concepções e competências profissionais: a fase anterior à formação inicial, a fase de indução, e a formação em serviço. Quando se pergunta "que tipo de professor se deve formar e preparar?" ou formulando a questão de outro "que OBJECTIVOS, conteúdos e estratégias devem integrar a formação de professores?", a razão de ser da interrogação emana das nossas premissas paradigmáticas, isto é, das nossas concepções de professor, ensino, escola e do que entendemos dever ser o processo de formação. Assim, num primeiro momento, analisam-se as orientações ou alternativas conceptuais que, segundo Feiman-nemser (1990), têm estruturado a formação de professores no contexto geral do ensino: as orientações acadêmicas, prática, pessoal, tecnológica e crítica/social. Num segundo momento, referem-se as posições teóricas existentes na formação de professor de Educação Física, nomeadamente, o paradigma behaviorístico, a teoria da socialização ocupacional, e a teoria crítica; analisa-se ainda a polêmica "pedagogia da performance" versus "pedagogia crítica". Defendendo a idéia de que as várias orientações conceptuais sobre a formação de professores não são mutuamente exclusivas, argumenta-se, num último momento, que o verdadeiro problema na formação de professores em Educação Física reside na necessidade de se conceber o professor como um especialista com um conhecimento científico e pedagógico profundo, um profissional que realiza uma atividade técnica e reflexiva, que atua de uma forma crítica respeitando princípios éticos e morais, e que apresenta a disposição e capacidade para continuamente desenvolver e melhorar a eficácia do seu trabalho, perseguindo a dignidade profissional.

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