Resumo

Introdução: O processo de ensino-aprendizagem na Educação Física escolar necessita contar com a participação efetiva de diferentes agentes, dentre eles destacam-se professores e alunos. Aos professores, é importante que dominem conhecimentos multidimensionais, que abranjam desde aspectos mais técnicos dos conteúdos até capacidades como relacionar-se adequadamente com seus alunos e refletir sobre a própria prática. A percepção dos alunos a respeito do professor também parece imprescindível para a estruturação adequada das aulas desta disciplina. Objetivo: Avaliar a percepção de alunos sobre a prática docente de professores de Educação Física (EF). Método: Realizaram-se entrevistas estruturadas com 278 alunos portugueses (5º ao 12º ano) após o término da aula de EF. Os alunos participaram voluntariamente da pesquisa a partir da concordância com um Termo de Assentimento e seus responsáveis autorizaram sua participação a partir da concordância com um Termo de Consentimento. As entrevistas foram gravadas, transcritas literalmente e analisadas em seu conteúdo com suporte do programa Nvivo 10. Resultados: Duas categorias emergiram a partir da análise das falas dos alunos: formas de ensino e condutas pessoais do professor. Neste sentido, 32,5% dos alunos apreciam professores que tenham conhecimentos para o ensino, enquanto 29,5% destacam a interatividade como relevante ao ensinar. Por outro lado, 25,9% não apreciam professores rígidos/insistentes e 24,5% não percebem positivamente professores desinteressados e/ou que não explicam as atividades. Em relação às condutas pessoais, 34,3% admiram que o professor seja brincalhão/alegre e 29,4% que seja simpático. Em contrapartida, 30,5% não se sentem confortáveis com professores arrogantes, distantes (15,8%) ou injustos (14,7%). Conclusões: As formas de ensino que os alunos mais apreciam relacionam-se ao rigor, justiça e os conhecimentos, além do apoio, respeito e a preocupação. Já nas condutas, valorizam mais a motivação, o empenho e a simpatia, desconsiderando a injustiça, a preferência por determinados alunos e o desinteresse em dar aulas.

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