Resumo

INTRODUÇÃO E OBJETIVO: Estudos sobre o andar para trás (AT) em indivíduos saudáveis demonstraram que esse exercício demanda maior consumo de oxigênio e esforço cardiopulmonar comparado ao andar para frente (AF). Em indivíduos após acidente vascular encefálico (AVE), o AT demonstrou ser uma forma de terapia benéfica para melhorar parâmetros de marcha. Este estudo teve como objetivo comparar as variáveis frequência cardíaca (FC) e percepção subjetiva de esforço (PSE) entre o AF e AT em esteira rolante em duas velocidades distintas em indivíduos com hemiparesia, algo que poderá contribuir para a definição da melhor estratégia para colocar os indivíduos na zona-alvo de um exercício visando ao aprimoramento das condições cardiorrespiratórias. 
MÉTODOS: Participaram 13 indivíduos adultos de ambos os sexos (53,7 ± 13,5 anos) com sequela de AVE crônica (38,5 ± 31,2 meses de acometimento). Os indivíduos realizaram a tarefa de AT na esteira em velocidade confortável e máxima, repetindo os procedimentos em velocidades idênticas durante o AF. Foi utilizada uma ANOVA fatorial para testar o efeito do sentido (AF e AT) e da velocidade (confortável e máxima) sobre a FC e PSE. 
RESULTADOS: A FC foi maior durante o AT nas duas velocidades, sendo essa incrementada com o aumento da velocidade (p < 0,01 para todas comparações). Da mesma forma, a PSE foi maior durante o AT nas duas velocidades, sendo incrementada com o aumento da velocidade (p < 0,01 para todas as comparações). 
CONCLUSÃO: Andar para trás é uma atividade física mais intensa que andar para frente em uma mesma velocidade para indivíduos com hemiparesia. Os achados sugerem que esta atividade poderia ser uma alternativa na realização de programas com ênfase no condicionamento cardiopulmonar e como complemento de outros procedimentos na reeducação do andar após AVE.

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