Resumo

O ballet clássico exige padrão de corpo magro, assim as bailarinas estão vulneráveis a terem insatisfação com a imagem corporal, aumentando as chances de desenvolverem atitudes alimentares de risco e tríade da mulher atleta. Objetivo: Identificar a frequência de risco de tríade da mulher atleta (TRIADE) e insatifação corporal (IS) em um grupo de bailarinas. Métodos: Estudo transversal, quantitativo, incluindo bailarinas clássicas brasileiras com idade entre 18 e 29 anos, que fazem aula de ballet pelo menos 5 horas/semana, moram no Brasil ou exterior, formadas em ballet e participam de festivais de dança. Não foram incluídas bailarinas grávidas e/ou amamentando, e sem treinar por 4 semanas ou mais por conta de lesões. As participantes responderam aos questionários, Low Energy Availability in Females (LEAF-Q) em sua versão traduzida e validada para o Brasil e o Body Shape Questionnaire (BSQ) aplicados online. Os resultados são expressos em medidas de tendência central, de dispersão e frequência. Para a análise comparativa das variáveis de interesse entre as bailarinas categorizadas com risco ou sem risco, foi empregado o teste t de Student para amostras independentes. Nos casos em que a distribuição dos dados não seguiu uma normalidade, aplicou-se o teste de Mann-Whitney. As análises foram realizadas no software R Core Team. Resultados: Das 23 bailarinas que responderam aos questionários, 43,5% apresentaram risco para a TRIADE, indicando importantes alterações da função menstrual e gastrintestinal, e presença de lesões ósseas. Também, 30,3% das participantes apresentaram insatisfação corporal. Houve diferença significante (≤0,05) entre bailarinas com risco e sem risco em relação às variáveis idade de início no ballet e as horas praticadas de ballet/semana. Conclusões: O ballet clássico predispõe a IS e TRIADE, principalmente em bailarinas que iniciaram precocemente e praticam muitas horas essa modalidade.

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