Resumo

A disautonomia é um dos sintomas não motores mais incapacitantes da doença de Parkinson, pois incide na função autonômica cardíaca, resultando em falência da atividade simpática. Indivíduos com doença de Parkinson que apresentam falência da atividade simpática alcançam um menor desempenho no exercício físico, que é parte integrante do tratamento desta patologia. Entretanto, em nosso conhecimento, esta questão foi investigada apenas no exercício aeróbio. Como o exercício resistido é a classe de exercício físico que proporciona mais benefícios a indivíduos com doença de Parkinson, o objetivo do presente estudo foi analisar a função autonômica e o desempenho no exercício resistido em indivíduos com doença de Parkinson. Para tanto, 14 indivíduos com doença de Parkinson foram submetidos a uma avaliação da função autonômica cardíaca pela variabilidade da frequência cardíaca e divididos em simpaticotônicos (n = 9) e vagotônicos (n = 5). Posteriormente, foi analisada a ocorrência de hipotensão ortostática em repouso e após o exercício resistido; e o desempenho no exercício resistido (três séries de 12 a 15 repetições no exercício pressão de pernas). O grupo simpaticotônico apresentou hipotensão ortostática na pressão arterial sistólica em repouso (118 mmHg vs. 98 mmHg; p = 0,02), e o grupo vagotônico apresentou hipotensão ortostática na pressão arterial diastólica após o exercício resistido (86 mmHg vs. 73 mmHg; p = 0,03). O grupo simpaticotônico realizou um volume de treino maior que o grupo vagotônico (2.250 kg vs. 900 kg; p = 0,02) mesmo sem haver diferença entre a Percepção Subjetiva de Esforço dos grupos (8 pontos vs. 8 pontos; p = 0,47) ou entre as características demográficas e clinimétricas. Neste sentido, podemos concluir que indivíduos com doença de Parkinson que apresentam falência da atividade simpática alcançam um menor desempenho no exercício resistido em relação àqueles que não apresentam este quadro.

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