Função Autonômica Cardíaca e Nível de Atividade Física de Pacientes com Doença Arterial Coronariana
Por Elie Fiogbé (Autor), Rafaela Ferreira (Autor), Márcio Sindorf (Autor), Charles Lopes (Autor), Marlene A. Moreno (Autor).
Em Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde - RBAFS v. 19, n 5, 2014.
Resumo
O objetivo deste estudo foi verificar a relação entre modulação autonômica da frequência cardíaca (FC) e nível da atividade física habitual (AFH) em pacientes com doença arterial coronariana (DAC). Estudo transversal, amostra de 26 homens (59,6±4,2 anos), com tempo de 16±3 meses de diagnóstico da doença, divididos em dois grupos: usuários (GB, n=12) e não usuários de betabloqueadores (GSB, n=14). Para avaliar a modulação autonômica foi utilizada a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) pelo registro dos intervalos R-R durante 15 minutos na condição de repouso na postura supina. Para avaliar o nível de AFH foi utilizado o questionário de Baecke. O escore total da AFH apresentou correlação positiva com os índices da VFC, para o GB e GSB, respectivamente: raiz quadrada da média dos quadrados das diferenças entre intervalos R-R normais adjacentes (r=0,499; P=0,039 e r=0,612; P=0,010), poder da banda de alta frequência (r=0,675; P=0,008 e r=0,470; P=0,045), entropia de Shannon (r=0,594; P=0,021 e r=0,453; P=0,042), entropia condicional normalizada (r=0,805; P=0,001 e r=0,559; P=0,019) e padrões de duas variações diferentes (r=0,872; P<0,001 e r=0,630; P=0,008); e correlação negativa com os índices: poder da banda de baixa frequência (r=-0,675; P=0,008 e r=-0,470; P=0,045), razão baixa/alta frequência (r=-0,675; P=0,008 e r=-0,466; P=0,047) e padrões sem variação (r=-0,782; P=0,001 e r=-0,684; P=0,004). Em pacientes com DAC, o maior nível de AFH está associado a maior modulação parassimpática e menor modulação simpática para o coração em repouso, sugerindo que níveis mais elevados de atividade física relacionam-se a melhor modulação autonômica cardiovascular nesta população.