Resumo

O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da desnutrição protéica e da posterior recuperação nutricional associada ao treinamento físico sobre o metabolismo de carboidratos e sobre a função endócrina do pâncreas de ratos. O experimento foi delineado em duas etapas, com duração de cinco semanas cada. Na primeira, os ratos foram alimentados com dietas normoprotéica (17% controles – C) e hipoprotéica (6% desnutridos – D). Após este período, metade dos animais foram sacrificados. Os resultados obtidos indicaram que a dieta 6% induziu sinais de desnutrição proteica nos animais, tais como redução do ganho de peso e comprimento corpóreo, da glicemia, da proteínemia, da albuminemia, elevação dos ácidos graxos livres (AGL) circulantes e do lactato sangüíneo, esteatose hepática e acúmulo hepático de glicogênio. A secreção de insulina estimulada por glicose e a insulinemia reduziram-se enquanto que a sensibilidade periférica ao hormônio aumentou e a tolerância à glicose não se alterou, sugerindo adaptação à desnutrição nos ratos. Os animais remanescentes foram divididos em 4 grupos e passaram a receber dieta 17%: controle sedentário (CS); controle treinado (CT); recuperado sedentário (RS) e recuperado treinado (RT). CT e RT realizaram protocolo de natação (1 h/dia; 5 dias/semana; sobrecarga de 5% do peso corpóreo). Os resultados obtidos indicaram que o protocolo de recuperação nutricional foi eficaz em restaurar o ganho de peso, o comprimento corpóreo, os teores séricos de glicose, proteínas totais, albumina, insulina, AGL e lactato sangüíneo, o conteúdo de glicogênio hepático e de lipídios do fígado dos ratos previamente desnutridos. Os animais exercitados apresentaram menores ganho de peso e concentração sérica de AGL, e, teores séricos de insulina aumentados. A resposta à glicose por parte das ilhotas não foi totalmente recuperada após a realimentação, uma vez que as ilhotas isoladas dos animais previamente desnutritos liberaram menores quantidades de insulina em resposta a concentrações estilatórias do secretagogo. A liberação de insulina por parte das ilhotas dos ratos exercitados durante a recuperação nutricional foi superior à daquelas dos animais que permqneceram inativos. Em resumo, nas condições do presente estudo, a adição do protocolo de exercício aeróbico ao protocolo de recuperação nutricional melhorou a resposta das ilhotas previamente desnutridas ao estímulo com glicose, indicando que o exercício pode consistir numa ferramenta útil no processo de restabelecimento da função pancreática na realimentação.

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