Resumo

O stress é um fator inerente ao esporte competitivo e, como tal, é difícil defini-lo sem fazer referência ao contexto cultural. No entanto, uma revisão dos estudos contemporâneos da Psicologia do Esporte revela que poucas são as pesquisas conduzidas no contexto crosscultural. Portanto, o propósito do presente estudo foi examinar como jogadores de futebol profissional percebem o stress em dois grupos sócio-culturais contrastantes, Brasil e Japão. Para tanto foram avaliados 44 jogadores de futebol brasileiros e 22 jogadores japoneses do “Jef United”, time da primeira divisão da J. League, com média de idade de 20,36 ± 1,29 anos e 24,00 ± 3,50 anos respectivamente, através do Inventário de Stress no Futebol (BRANDÃO, 2000). Para assegurar equivalência e evitar discrepâncias no significado dos itens, foi realizado o procedimento de “back translation”. Os dados foram analisados em termos de média e desvio padrão para cada item do teste nas duas amostras e, posteriormente, comparados através do teste “t” de Student. O nível de significância adotado foi de p<0,05. Os resultados mostram que, com raras exceções, nos itens avaliados como positivos pelos dois grupos, os brasileiros tenderam a avaliá-los significativamente como mais positivos que os japoneses e quando os itens foram avaliados como negativos pelas duas nacionalidades, os brasileiros tenderam a avaliá-los como mais negativos. Foi possível notar também, uma grande quantidade de itens que são avaliados como tendo influências totalmente inversas. Estes resultados indicam que a variável cultural pode explicar a variabilidade de percepção do stress. PALAVRAS-CHAVE: futebol, stress, cultura.

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