Futsal como estratégia terapêutica para indivíduos com dependência química
Por Julio Wilson dos Santos (Autor), Rubens Venditti Junior (Autor), Osvaldo Tadeu da Silva Junior (Autor).
Em Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício (RBFex) v. 20, n 3, 2021.
Resumo
Estudos mostram que o uso crônico de substâncias psicoativas está associado com redução na função cognitiva, além de afetar de forma negativa a regulação emocional reforçando o comportamento para o uso de drogas. Objetivo: analisar o efeito agudo de uma partida de futsal sobre o estado de humor e na função cognitiva em indivíduos toxicodependentes, atendidos no CAPS-ad. Métodos: Os participantes foram divididos em dois grupos, Grupo controle (n = 10) e Grupo futsal (n = 10). Para a avaliação do estado de humor foi utilizado à escala de humor de Brunel e o teste de cubos de Corsi para a memória de trabalho visuespacial. Resultados: Na análise intergrupos pós-intervenção, verificou-se redução dos fatores raiva (p = 0,008), depressão (p = 0,005) e tensão (p = 0,009). Já na análise intragrupos, o grupo futsal apresentou redução dos fatores raiva (p = 0,03), depressão (p = 0,007) e tensão (p = 0,01) evidenciando mudança no estado de humor. Em relação à memória operacional, houve um aumento na quantidade de blocos recordados (p = 0,0002) na análise intergrupos e intragrupo (p = 0,01) no grupo futsal. Conclusão: A realização de uma partida de futsal utilizada como uma estratégia não farmacológica no tratamento de dependentes químicos foi capaz de modular de forma positiva o estado de humor e a função cognitiva destes sujeitos. No entanto, o jogo de futsal ainda precisa ser mais estudado como opção de conteúdo em um programa de atividade física regular para o tratamento de dependentes químicos.