Sobre
Em julho de 2019, o Ministério da Educação (MEC) apresentou uma proposta de reforma da educação superior pública no Brasil, denominada “Programa Universidades e Institutos Empreendedores e Inovadores” – Future-se. O objetivo seria “aumentar a autonomia administrativa, financeira e de gestão das universidades e institutos federais”. Segundo o MEC, caberia às Instituições Federais de Educação Superior (IFES) decidirem quanto à adesão ao programa, que seria voluntária. Uma vez aderindo, contudo, deveriam estabelecer contrato de gestão com rganização social (OS) previamente credenciada, adotar modelos gerenciais e de governança típicos do setor privado corporativo, entre outras medidas. Ato contínuo à divulgação da proposta, o MEC abriu uma consulta pública.1
Não foram poucas as críticas ao Future-se. Desde a forma de comunicação, a ausência de diálogo prévio com dirigentes e comunidades universitárias, as fragilidades técnicas e jurídicas do documento e da consulta pública, a ausência de diagnóstico estruturado quanto aos desafios e impasses do setor e de justificativa quanto à viabilidade administrativa e econômica das medidas
Naquele contexto, viu-se a rejeição formal do Future-se pela maioria das universidades federais e questionamento por parte da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), dentre outras instituições representativas da comunidade acadêmica.