Gênero e Atividade Lúdica no Contexto Escolar: Um Estudo Comparado em Escolas de Lisboa e Rio de Janeiro.
Por Gisele Souza (Autor), Carlos Neto (Autor), Tiago Matias (Autor).
Em X Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Introdução e objectivos: O foco dessa pesquisa está voltado para a diferença e semelhança de gênero percebida por crianças de 5 a 7 anos nos jogos livres do recreio e nas atividades internas de sala em escolas de Lisboa e Rio de Janeiro. Nesse sentido, a investigação do estereótipo de gênero em atividades lúdicas nos primeiros anos de vida de uma pessoa indica a possibilida-de de contribuir e fornecer elementos teóricos e práticos no estudo do desenvolvimento humano, bem como ampliar o conhecimento e as concepções no tratamento com a criança na sua forma de pensar e agir. Na perspectiva da abordagem ecoló-gica de Bronfenbrenner (Krebs, 1997), tanto o contexto influencia a pessoa em desenvolvimento, quanto a pessoa influencia os ambientes aos quais ela está relacionada, desde a dimensão mais imediata até a mais distante. Material e métodos:O instrumento utilizado para analisar a dife-rença e semelhança dos estereótipos de gênero foi baseado e adaptado do PNAG - Percepção do Nível de Apropriação ao Género (Pomar, 1997) que tem como origem o P.A.S.I - Physical Activity Stereotyping Index(Ignico, 1989). Na construção do nosso instrumento de pesquisa foram selecionadas as ativida-des internas e externas mais praticadas no contexto escolar pelas crianças de ambos os meios socioculturais. Todas as atividades, com uma figura humana ambígua, foram representadas através de desenhos criados no sistema Microsoft Word 2000. Principais resultados e conclusões:Podemos salientar que em relação às atividades externas há uma tendência para o estereótipo masculino e nas atividades internas predomina uma igualdade, ou seja, as crianças entendem que a maioria das atividades é apropriada tanto ao gênero masculino como ao gênero femini-no. Desta forma percebemos nas atividades internas, indicadas para aprendizagem escolar e de responsabilidades, uma homogeneização dos estereótipos masculino e feminino por parte da escola, ainda que na família não se configure essa situação. Entretanto, nas atividades externas caracterizadas no recreio, verificamos no jogo uma tendência de respostas para o estereo-tipo masculino.