Resumo

Hoje praticada por ambos os sexos, a ginástica sempre foi permeada pelas relações de gênero. Ela deveria desenvolver atributos, considerados pela cultura dominante como, indispensáveis a cada gênero. Isso acabava por segregar a prática de determinados exercícios: aos homens cabia fortalecer o corpo para as guerras e às mulheres cuidar de sua saúde para garantir a continuidade da população. No contexto esportivo essa segregação poderia influenciar na escolha da modalidade gímnica ideal para cada sexo. Esses conceitos estereotipados, difundidos por uma cultura sexista do esporte, acabaram por chegar ao meio científico, especificamente o acadêmico. Dentro do curso de Licenciatura em Educação Física, da Universidade Federal do Ceará, podemos encontrar entre os estudantes influências dos preceitos sociais nos quais foram criados. Para tanto, verificar a classificação de gênero das modalidades ginásticas na percepção desses acadêmicos torna-se necessário uma vez que serão eles os responsáveis pela apresentação e difusão do esporte na sociedade. A amostra foi composta por 42 alunos que estavam cursando a disciplina Ginástica Geral. Utilizou-se um questionário no qual os indivíduos classificaram as modalidades ginásticas de acordo com o gênero que julgavam mais indicado para sua prática, dentre as opções feminina, masculina ou indiferente para ambos os sexos. Foi observado que para a maioria das modalidades (GA, GACRO, GT E GPT) não houve distinção quanto ao gênero (93%;71,5%; 69%; 93%) , o que nos mostra uma grande evolução quanto ao envolvimento e aceitação de ambos os gêneros na prática das ginásticas, de uma forma geral. A GR foi considerada como feminina por grande parte dos indivíduos pesquisados. Apesar da cultura sexista do esporte predominante no senso comum, verificou-se não existir distinção de gênero para a prática das modalidades ginásticas na percepção dos acadêmicos do curso de Licenciatura da Universidade Federal do Ceará.