Gênero, Um Debate Que Não Quer Calar
Por Jorge Dorfman Knijnik (Autor).
Parte de Genero e Esporte: Masculinidades e Feminilidades . páginas 25 - 65
Resumo
Refletir sobre gênero é pensar também sobre identidades ou acerca das definições que os humanos fazem de si próprios e, mais ainda, dos outros. É secular, por exemplo, a curiosidade sobre o sexo de um bebê que está sendo esperado – a partir desse conhecimento, uma série de medidas é tomada para se construir a identidade daquela criança, muitas vezes por intermédio de símbolos de gênero (cores, brinquedos, roupas) que reafirmema identidade sexual.
Em várias sociedades, nos mais diversos momentos da história humana, as mudanças de identidade sexual momentânea (muito antes das operações para câmbio definitivo), por meio de travestimentos com roupas e símbolos “pertencentes” ao outro sexo – seja no teatro kabuqui japonês, seja em desfiles carnavalescos em Pernambuco –, revelam que a identidade pessoal passa, indubitavelmente, pela definição da identidade sexual e que esta vem quase sempre mesclada aos símbolos, atitudes e normas de gênero. Ao discutir como o gênero veio a ser introduzi donos Estudos Feministas, Louro (1997) afirma que essa categoria é constituinte da identidade dos sujeitos, sendo mesmo elemento não somente que produz, mas que institui a própria identidade, tal como a etnia, a classe social, a nacionalidade, entre outros.