Gestão Continua Um Tema em Alta
Integra
Na semana passada participei de dois eventos distintos em Brasília envolvendo o tema “Gestão do Lazer” e achei que vocês iriam gostar de saber um pouco sobre esse assunto.
Inicialmente fui convidado para participar de um debate com o tema “A inserção dos Clubes Sociais no novo modelo de entretenimento da sociedade” dentro do I Fórum Nacional do Sistema AABB, realizado nos dias 04 e 05 passados. Debati esse tema com Professor Roberto Libardi, mediado pelo presidente da FENABB, Sr. Haroldo do Rosário Vieira. Numa outra oportunidade poderei falar aqui como eu tratei desse tema no debate.
Tenho quase a certeza que a maioria que me lê sabe que a Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) é o maior conglomerado de clubes social-recreativo do mundo sob uma mesma orientação de funcionamento. São aproximadamente 1.200 unidades espalhadas por todo país, representando quase 10% de todos os clubes brasileiros! Desde 1977, foi criada a figura da FENABB, Federação Nacional das AABB, responsável pelo direcionamento estratégico desse sistema, com capilaridade administrativa estadual, com 27 presidentes dos Conselhos Estaduais de AABB (CESABB) formando seu Conselho Consultivo. Tive a honra e o privilégio de atuar como consultor dessa organização durante sete anos na década passada onde pude sentir a força de “pessoas do negócio” se preparando para atuar no “campo do ócio”. Esse fórum foi a culminância de um processo participativo a partir de cada clube local, refletindo sobre a situação atual do sistema AABB para projetar o futuro desejado. Aproximadamente 70 participantes debruçaram-se sobre um documento básico contendo mais de 500 sugestões consolidadas em sete eixos temáticos: (1) Gestão, (2) Aspectos Legais, (3) Comunicação, (4) Relações com o Banco do Brasil, (5) Relações com a Comunidade, (6) Infraestrutura e (7) Criação do Novo Sistema AABB. No conjunto das ações, pude perceber a pujança desse segmento dentro do espectro da oferta de experiências de lazer para mais de um milhão de pessoas e a real necessidade da preparação de quadros profissionais para atender uma demanda cada vez mais exigente.
Minha outra participação foi no 4º Encontro Anual do GESPORTE – Laboratório de Pesquisa sobre Gestão do Esporte da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília. Sob o competente comando do Professor Doutor Paulo Henrique Azevêdo, participei de um processo pouco usual dentro da universidade pública brasileira, de fazer uma “prestação de contas” sobre o ano que passou, de maneira aberta e projetar as ações do ano seguinte, junto com a sua equipe de trabalho, ex-alunos e atuais alunos tanto de graduação como de pós-graduação assim como demais pessoas interessadas nesse tema. Foi importante constatar que em 2013 foram conduzidos pelo GESPORTE vários eventos, qualificação e defesa de mestrado, programa de visitas monitoradas no laboratório, ações no exterior, a presença do GESPORTE na mídia, treinamento de equipe do laboratório, palestras e cursos ministrados, reuniões técnicas, participação em eventos científicos nacionais e internacionais, finalizando com uma apresentação estatística da evolução dos números apresentados. Também foram apresentados para 2014 os planos de trabalho, deslocando-se a mudança de prioridade atual calcada mais na realização de eventos, para uma atuação mais voltada para formação e intervenção acadêmica. Entre as várias ações propostas para 2014, destacam-se duas: (a) participação do GESPORTE na preparação da Universíade 2019, a ser realizada em Brasília, com várias competições em instalações que serão ainda construídas dentro da UnB e, (b) a criação de uma nova área de atuação do laboratório: Gestão do Lazer. Para dinamizar essa área, para a minha satisfação, fui convidado a fazer parte do GESPORTE, que aceitei de muito bom grado!
Abraços
Bramante
Por Bramante
em 14-12-2013, às 17:09
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Comentários
Prof. Bramante,
Corre a notícia de que a UNB está devolvendo 14 milhões por conta da falta de fôlego(sic) de gerenciamento da Universidade (consta que não é a da Educação Física; é das instâncias burrocráticas). Será que eles vão conseguir gerenciar os 200 milhões previstos para as instalações pra Universíade?
Torço para estar enganado e ter entrado na carona de um boato.
Laércio
Por Laércio Elias Pereira
em 17-12-2013, às 19:47.
Prof. Bramante,
seja bem-vindo à Brasília, sempre! Sua experiência e conhecimento serão muito importantes para para a melhor qualificação dos gestores do lazer da capital federal.
Por Leonardo Arêas da Silva
em 17-12-2013, às 21:03.
Prof. Laércio
Também soube desse boato/fato enquanto estive por lá. Infelizmente vivemos um paradoxo neste país no qual o orçamento é uma “peça de ficção” o planejamento aproxima-se do “drama” e os resultados beiram a “comédia”. Os executores “ensaiam” pouco e errado e a “platéia”, na maioria das vezes, abandona o “espetáculo” antes do seu término…
Bramante
Por Antonio Carlos Bramante
em 17-12-2013, às 22:05.
Grato Leonardo pela sua consideração. Espero, com a sua ajuda e de tantos outros, poder atuar no GESPORTE!
Por Bramante
em 18-12-2013, às 23:24.
Olá Bramante,
Enviei-lhe recentemente e-mail, mas como meu computador não está lá muito bem, estou em dúvida se o recebeu. Tenho propostas para serem aplicadas nas AABBs do Brasil e, inclusive, sou aposentado do BB, com participação efetiva nos Jogos da Fenab desde 1978. Gostaria de entrar em contato com você sobre atividades lúdicas em todo o País. Dê uma espiadinha no Prezi (www.procrie.com.br/procrienoprezi/).
Roberto Pimentel.
Por Roberto Pimentel
em 19-12-2013, às 11:29.
Prof. Bramante,
Escrevo pra corrigir um erro no meu comentário. A verba que a UNB não teve competência de gestão pra gastar não foi de 14 milhões. Foi de 16 milhões, conforme a nota no blog do cevnauta José Cruz que colo no fim dessa conversa.
Quando fui professor de handebol na Unicamp (muita honra ter sido contemporâneo do Prof de Recreação e Lazer, Antonio Bramante!) tínhamos o projeto Handebol Unicamp. Um time disputava o campeonato paulista e, quem quisesse saber de quadras e traves bastava dar uma passada na Unicamp e conferir a quadra que o diretor Tojal tinha acertado à pedido do projeto. A Universidade, além dar aulas, fazer graça pra mastigação de peipers pra FUNAI-CAPES e ostentar congressos, precisa mostrar que o que ela ensina é viável.
O artigo do José Cruz:
UnB desperdiça R$ 16 milhões para reformar parque esportivo2
José Cruz 02/12/2013 13:41
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O setor de planejamento da Universidade de Brasília (UnB) não conseguiu realizar licitação para aplicar R$ 16 milhões na recuperação de seu Centro Olímpico, que serve prioritariamente ao curso de Educação Física e está na agenda para receber competições da Universíade, em 2019, Brasília. O atraso na licitação ocorreu por questões burocráticas, segundo fonte da UnB.
O recurso, do orçamento do Ministério do Esporte, foi colocado à disposição da universidade no final do ano passado, mas até agora nenhuma providência foi tomada, a 29 dias de se encerrar o ano orçamentário. Parte dos R$ 16 milhões seria aplicada no recapeamento das duas pistas de atletismo, para deixá-las em condições de receberem certificado oficial da IAAF (Federação Internacional de Atletismo). A pista principal, de 400 metros, tem oito raias, e a auxiliar, para treino e aquecimento, seis.
O secretário do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser Gonçalves, disse que os cerca de R$ 16 milhões poderão ser colocados no orçamento do ano que vem, pois o material para recapear as pistas já foi adquirido. A área da pista principal receberá nova arquibancada e será coberta.
Rotina
O desprezo da administração da UnB no uso de recursos públicos para o esporte não é novidade. Mesmo contando com uma prestigiada faculdade de Educação Física, os cerca de 1.500 alunos ficaram privados por cinco anos do uso das piscinas. Esse foi o tempo para que a administração da Universidade de Brasília recuperasse as áreas, ainda não entregues aos alunos.
A UnB, oitava colocada no ranking da Folha de S.Paulo, oferece os cursos de Administração, Direito, Economia, Ciências Contábeis e Engenharia, todos que têm profissionais capazes de elaborar uma licitação de acordo com as exigências legais
FONTE: http://josecruz.blogosfera.uol.com.br/2013/12/unb-desperdica-r-16-milhoes-para-reformar-parque-esportivo/
Por laercio
em 22-12-2013, às 9:31.
Amigos
O comentário que tenho a fazer é conhecido por todos, especialmente para aqueles que já atuaram na esfera pública em algum nível, seja qual o for o setor. Criaram a Lei 8666 para “democratizar” o processo licitatório e inibir possíveis falcatruas. Depois de 20 anos da sua existência, verifica-se que, mais do que falta de recursos, não somos capazes de executar, de maneira transparente e a favor da sociedade, os orçamentos existentes. Será que a existência de uma “inteligência” instalada na Universidade, que poderia ajudar a viabilizar esses investimentos, sem sucesso, não revela a sua incompetência na aproximação do conhecimento com a práxis?
Por Antonio Carlos Bramante
em 29-12-2013, às 14:38.