Resumo
No enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis uma das grandes preocupações é com o alto índice de inatividade física que assola as populações, haja vista que este problema é considerado o fator de risco independente com maior prevalência na população. A OMS estima que a cada US$ 1 investido em atividade física, outros US$3,20 são economizados em custos médicos. Nos últimos anos o Ministério da Saúde do Brasil tem promovido discussões e plano de ações a fim de inserir a prática de atividade física no Sistema Único de Saúde (SUS), em especial na Atenção Básica à Saúde. No âmbito deste contexto, o presente estudo tem como objetivo, através de um estudo de caso, descrever o processo de inserção e o modelo conceitual de um programa de exercícios físicos na atenção básica à saúde a partir da experiência do Município de Rio Claro – SP, iniciada em 2001. Como metodologia de trabalho optou-se em realizar uma pesquisa bibliográfica sobre o processo de inserção das atividades físicas dentro do SUS brasileiro e, através de um estudo de caso, tendo como objeto o Programa de Exercício Físico em Unidades de Saúde, proposto pela parceria entre o Núcleo de Atividade Física Esporte e Saúde (NAFES), do departamento de Educação Física da UNESP - Rio Claro e a Secretaria de Saúde do Município de Rio Claro – SP, resgatar o processo de criação, implantação e desenvolvimento do programa na Atenção Básica à Saúde do Município de Rio Claro, fazendo uso de entrevista semiestruturada. As entrevistas foram analisadas através da técnica de Análise de Conteúdo e da metodologia de Análise do Discurso do Sujeito Coletivo. As análises dos discursos orais apresentam os relatos como representações sociais do grupo em foco, identificadas no contexto histórico, político e social do momento de elaboração e implantação do programa. As reflexões decorrentes dessa pesquisa expõem o pioneirismo do programa e contribuem para compreensão da importância do envolvimento de diversos setores da sociedade na construção de ações de promoção de saúde, além de apresentar o programa como um possível modelo de intervenção na atenção básica à saúde.