Resumo

As cidades sede dos eventos olímpicos tem em comum a transformação espacial urbana pelo projeto do evento, dentro de um cronograma de sete anos entre indicação e sua realização, um processo que inclui a construção de uma Cidade Olímpica e a transformação de outros espaços existentes para as atividades de apoio e suporte, atividades finalísticas de competição e eventos teste destas, ao lado da ampliação de rede viária, espaços de hotelaria e de escritórios. Esse crescimento da área construída é paralela a readequação de áreas existentes e tem um impacto sobre a cidade acelerado pela concentração dos esforços e recursos num breve período de tempo, com implicações em outras atividades econômicas preexistentes no meio urbano ou desenvolvidas a partir de uma decisão inicial. Dela resultam mudanças tangíveis ou intangíveis identificadas como legados do evento, que são um dos argumentos de peso para aprovação de todas essas transformações locais em nome de um acontecimento mundial periódico do esporte de alto rendimento. O artigo aborda a falta de um projeto de administração dos espaços e sistemas urbanos transformados ou inteiramente novos, o que começa com ausência de uma avaliação contínua antes e depois do evento, dificultando a incorporação da área construída dos legados edificados à cidade sede. Por último o artigo comenta as relações entre ambientalismo, olimpismo e urbanismo.