Gestão Financeira no Futebol - Um Estudo das Receitas dos Principais Clubes do Estado do Ceará, Brasil
Por Raquel Ferreira Silva (Autor), Sara Maria Barreto Dias (Autor), Kléber Augusto Ribeiro (Autor).
Em Revista de Gestão e Negócios do Esporte - RGNE v. 5, n 1, 2020.
Resumo
O futebol é o esporte mais popular no Brasil e movimenta, cada vez mais, a economia nacional e mundial. A indústria esportiva do futebol no país tem despertado o interesse, cada vez maior, de investidores e dos meios de comunicação, que visam alcançar o público atraído por esse fenômeno cultural entendido como paixão nacional. O segmento do futebol mundial movimenta, em média, cerca de 250 bilhões de dólares anuais e representa, aproximadamente, 2% do PIB brasileiro. Esse cenário econômico tem transformado a realidade dos clubes de futebol e exigido dos mesmos, uma gestão altamente especializada e profissional, com vistas à ampliação e diversificação das fontes de receita e, consequentemente, aumento da competitividade e sustentabilidade econômica das entidades. Refletindo sobre essa realidade financeira de variabilidade de receitas e composição orçamentária dos clubes de futebol profissional, surgiu o seguinte problema de pesquisa: como se apresentam e variam as receitas na composição orçamentária dos principais clubes de futebol do estado do Ceará? O estudo analisou e descreveu os demonstrativos contábeis, do período de 2016 a 2018, do Ceará Sporting Club e Fortaleza Esporte Clube, únicos clubes da primeira divisão do futebol cearense que possuíam os relatórios disponíveis publicamente. A pesquisa foi realizada na perspectiva quantitativa, com fonte documental e análise estatística descritiva. Os dados coletados permite inferir que as principais receitas do Ceará Sporting Club, nos três anos estudados, foram os direitos de transmissão televisiva, seguido pela venda de bilhetes para os jogos, direitos federativos ou econômicos de atletas, patrocínios e publicidade e mensalidades de sócios, nessa ordem. Já no Fortaleza Esporte Clube as principais fontes de receita foram bilheteria e programa de sócio-torcedor. Os resultados mostraram uma evolução anual das receitas das entidades e um grande salto no ano de 2018, ano em que os clubes disputaram a maior divisão de ambas no período estudado. O estudo conclui, embora de forma limitada, que clubes de diferentes posições técnicas nacionais se comportam de forma diferente quanto as suas composições de receitas. Quando disputou divisões inferiores, o Fortaleza Esporte Clube teve nas bilheterias e nos sócios-torcedores suas maiores fontes de receita, enquanto o Ceará Sporting Club, em divisões superiores, teve nos direitos de transmissão sua maior fonte de renda. Espera-se que, pesquisas futuras possam ser realizadas com a finalidade de aprofundar os estudos acerca do tema e de ampliar as fontes de estudo da área da Gestão do Esporte e do segmento futebolístico, possibilitando desenvolvimento do esporte e da modalidade.