Resumo


A presente investigação refere-se ao projeto "Atlas do Esporte no Brasil" com apoio
de 11 das principais entidades do esporte brasileiro - um inventário das atividades
nesta área, representando uma das maiores pesquisas já feitas no esporte em
comparação internacional. Realizado em 2003 - 2004 por 410 profissionais do esporte,
gerenciado por um organizador e 17 editores, como resposta à necessidade de resgatar
a memória e registrar dados sobre o esporte, saúde e lazer no país. Os autores
colaboradores e editores da obra foram convocados como voluntários. Prevendose melhoria da gestão do projeto Atlas e criação de empreendimentos similares
pesquisou-se as razões da ampla adesão de voluntários e de entidades importantes
do esporte brasileiro. Estas interrogações delimitaram as questões a investigar do
estudo e focalizaram as motivações dos autores do Atlas pelo viés do voluntariado
esportivo e dos patrocinadores quanto às formas de adesão ao Atlas e conseqüentes
retornos institucionais, como também re-interpretações do estilo de gestão do projeto
Atlas. Para dar sustentação teórica, fez-se uma revisão da literatura técnica existente
sobre o voluntariado em geral e sobre o voluntariado esportivo. Em adição a estes
referenciais teóricos, definiu-se o modelo das "Organizações de Aprendizagem" de
Senge, como diretriz das análises do estilo de gestão do Atlas e do comportamento
das entidades patrocinadoras do projeto. A metodologia foi a do survey
(levantamento) com aplicação de questionário em amostra indicativa de 84 autores
respondentes e entrevista semi-estruturada com cinco líderes patrocinadores. Os
resultados indicaram que os voluntários do Atlas aderiram com propósitos de
vantagens profissionais mas assumiram também recompensas não materiais, de
modo similar aos voluntários dos Jogos Olímpicos de Atenas - 2004 e ao voluntariado
esportivo em geral. Quanto às instituições patrocinadoras do Atlas, a análise das
respostas sugeriu que houve retornos de imagem pública com a filiação ao Atlas,
com benefícios ao esporte brasileiro de um modo geral. O exame das possíveis
relações da gestão do Atlas com as Organizações de Aprendizagem identificou
pontos de convergência, mas não a intencionalidade de seguir tal modelo, constatados
no Atlas procedimentos de auto-gestão e de exercício de ensaio e erro. Ao final,
confirmou-se a necessidade de gerar e organizar o conhecimento sobre o voluntariado
esportivo, sobretudo no que concerne ao seu valor social e econômico

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