Resumo

A Ginástica Artística enquanto modalidade competitiva apresenta um grau de difi culdade elevado e é conhecida por envolver horas de treinamento árduo, dedicação e busca da perfeição em cada elemento. São comuns críticas à especialização de crianças na modalidade, sem respeitar seu processo biológico, psicológico e fi siológico. O objetivo do presente estudo é verifi car a visão dos treinadores da Ginástica Artística sobre a idade considerada ideal para especializar a modalidade e ideais metodologias a serem utilizadas na iniciação ao treinamento da Ginástica Artística. Foram entrevistados dez treinadores do estado de Santa Catarina, que trabalham com a modalidade visando rendimento em eventos da Federação de Ginástica de Santa Catarina. Esta é uma investigação qualitativa, com característica descritiva onde aplicamos um questionário aberto, para o tratamento de dados, utilizou-se a análise de conteúdo de Bardin. Constatou-se que os treinadores utilizam metodologias de treinamento específi cas para crianças de seis a oito anos, buscando atingir muitas vezes apenas as exigências das competições. Em geral, os treinadores sabem dos malefícios em iniciar treinos sistematizados em tenra idade, alegam o riscos de lesões e também sobre a especialização precoce e como consequências disso o abandono da modalidade e desmotivação em continuar com os treinos. As cobranças por resultados estão fazendo com que os treinadores sigam uma linha metodológica de treino, baseada apenas nas exigências de Federações e estes mesmo sabendo da importância do trabalho lúdico e que desperte maior prazer da criança, acabam não introduzindo aos treinamentos e a criança passa a acreditar que a satisfação é apenas chegar ao pódio, sem reconhecer os reais benefícios que a prática esportiva pode trazer, se bem trabalhada. Os treinadores e demais envolvidos no esporte não devem poupar esforços para proteger seus atletas, para prolongar sua participação e principalmente, sua experiência esportiva.

Acessar