Ginástica artística na juventude e retenção da densidade mineral óssea na vida adulta – estratégia para a prevenção da osteoporose? Uma revisão narrativa da literatura
Por Patrícia Arruda de Albuquerque Farinatti (Autor), Nádia Souza Lima da Silva (Autor).
Em Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício (RBFex) v. 21, n 2, 2022.
Resumo
A osteoporose acomete grande parte da população idosa, contribuindo com limitações funcionais. A atividade física pode retardar a osteoporose, especialmente quando envolve grandes demandas de força e impacto, mas a osteopenia avançada é dificilmente revertida. A principal contribuição do exercício parece situar-se na juventude, pela maximização dos picos de densidade mineral óssea (DMO). Estudos sobre a retenção da DMO na vida adulta em resposta a diferentes atividades físicas são necessários. A ginástica artística (GA) encaixa-se no perfil de atividades com alto potencial osteogênico, com movimentos que combinam força e impacto (saltos, etc). Crianças e adolescentes que a praticam tendem a exibir picos de DMO elevados. A presente revisão narrativa analisou a literatura acerca da retenção da DMO decorrente da prática de GA em indivíduos de meia idade e idosos. As evidências disponíveis permitem pensar que: a) desde idades precoces, crianças e adolescentes que praticam GA competitiva exibem níveis maiores de DMO vs. indivíduos de idade equivalente fisicamente inativos ou que praticam outras modalidades desportivas; b) os poucos estudos comparativos que investigaram o potencial de retenção da DMO devido à prática de GA na juventude indicam que, pelo menos até a meia idade, ex-ginastas de ambos sexos tendem a exibir maior massa óssea que a população em geral. Apesar desses resultados promissores, há carência de pesquisas acerca da retenção da DMO em idosos que praticaram GA competitiva na juventude. Isso seria importante, uma vez sendo nessa faixa que se observa osteopenia avançada e, efetivamente, maior prevalência de osteoporose.