Resumo



 

Integra

Um estranha e obscura jogada, com pouquíssima repercussão na imprensa, envolve o Comitê Olímpico do Brasil e levanta suspeitas sobre o seu colégio eleitoral na próxima eleição presidencial, em outubro.

Mauro Silva, candidato a vice-presidente na chapa de Alberto Murray Neto, renunciou à disputa. Desistências são normais, mas, no caso, Mauro Silva renunciou, suspeitamente, depois de encerrado o prazo para o registro de chapas. Com essa atitude inviabilizou, também, a candidatura de Alberto Murray, que já não podia mais registrar outro nome para disputar o pleito. Foi uma olímpica e explícita puxada de tapete...

Mauro, que preside a confederação de boxe, fugiu do voto democrático como um boxeador de filme de quintal, que entrega a luta em troca de alguma grana. Lixe-se o fair-play.

Afinal, quanto vale uma decisão dessas, nada condizente com o tal “espírito olímpico”? Não me refiro a vantagem financeira, pois não creio que o desertor tenha vendido a sua candidatura. Então, que vantagem Mauro Silva teve para inviabilizar uma candidatura que se mostrava forte na disputa?

Veterano na cobertura esportiva e mesmo depois de cinco anos longe da crônica diária, ainda fico estarrecido com atitudes assim. Até não estranho o silêncio dos cartolas, sempre interesseiros em causas próprias, mas dos atletas que integram o colégio eleitoral e, dois deles, Emanuel Rego, do vôlei de praia, e Robson Caetano da Silva, do atletismo, candidatos a vice em duas das três chapas inscritas. Ninguém piou!

Lembro que o movimento olímpico é totalmente subsidiado por dinheiro público, que paga, inclusive, os polpudos salários e mordomias da cartolagem em geral.

Com esse fato, o movimento olímpico agrava o seu perfil desmoralizado. Tanto quanto na época de Carlos Nuzman, cujo fim todos conhecemos.