Guardiões da Chama Olímpica Rio 2016: Legado Social-cultural e Memórias Como Patrimônio dos Jogos Olímpicos

Parte de Anais do Fórum de Estudos Olímpicos 2021 e III Simpósio Latino-americano Pierre de Coubertin . páginas 117

Resumo

E sta pesquisa tem como objetivo analisar as memórias dos Guardiões da Chama Olímpica Rio 2016 enquanto patrimônio imaterial e legado social-cultural dos Jogos Olímpicos Rio 2016. O Revezamento da Chama Olímpica nos Jogos Olímpicos Rio 2016 percorreu, em três meses, cerca de 300 municípios brasileiros. Desde a chegada em solo brasileiro até a Cerimônia de Abertura, a Chama Olímpica esteve “protegida” por “guardiões”. Entretanto, até os dias de hoje, os “guardiões” ainda se encontram “invisíveis” à luz da história. Nesse sentido, questiona-se: qual o impacto do evento nesses personagens? Quais as habilidades, conhecimentos e rede adquiridos com essa experiência? Estes são questionamentos iniciais que poderiam trazer uma outra perspectiva sobre o legado e o patrimônio do Rio 2016. Preuss (2006) cita ganhos de conhecimentos e habilidades adquiridas pela população empregada ou voluntária associada ao evento como aspectos intangíveis do legado. Já Bromberger (2021) lembra que o patrimônio esportivo (imaterial) inclui depoimentos orais, conhecimento e know how, transmitidos em um evento; um conjunto de práticas não documentadas que devemos coletar e registrar. Baseado na perspectiva da História Oral (ABRAMS, 2010), pretende-se realizar entrevistas semiestruturadas com os mencionados personagens. Até o momento foram identificados seis dos sete guardiões dos Jogos Rio 2016. As entrevistas serão realizadas online (áudio e vídeo) após a assinatura do Termo de Consentimento já aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da PUCRS. Após a realização das entrevistas, elas serão transcritas para posterior análise. A análise seguirá o método hermenêutico (GADAMER, 2004). Esta pesquisa está em andamento e está na etapa de agendamentos e pré-entrevistas. Até o momento, a revisão de literatura indica uma lacuna de pesquisas sobre o legado intangível do Rio 2016, especialmente estudos sociais-culturais de longo prazo. Nesse sentido, identificou-se poucas iniciativas no campo da memória e cultura (HOLLANDA E FONSECA,2020; MAGALHÃES FIRMINO, 2017; FONSECA E SIQUEIRA, 2017; CALABRE et al, 2017; CALABRE, CABRAL E SIQUEIRA, 2017; RUBIO, 2015; RUBIO, 2019), porém limitadas na pluralidade de vozes (não oficiais) e personagens (não atletas) relacionados aos Jogos Rio 2016. Além disso, uma análise documental do acervo digital da iniciativa “Preservação da Memória das Olimpíadas: processos e ações” foi realizada, entretanto não há nenhuma menção aos “guardiões”.